A Garota do Blog

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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

#Compartilhe2016

Janeiro já ta quase aí
Sereno, confiante e cheio de si...


A parte mais legal de receber um ano novo e limpo de braços abertos é a chance que esses 365 dias te dão para recomeçar. Mudar. Sair do mesmo. Ter a possibilidade de fazer tudo diferente. Planejar novas rotas. Refazer a direção. Dia primeiro você tem em mãos a responsabilidade de escrever outra história e de preferência cheia de boas memórias e celebrações. Recordações felizes são o que fazem um ano valer a pena. Saia dessa caixa virtual e vá criar seus momentos perfeitos pessoalmente, viva mais a companhia daqueles que estão ao seu redor e só depois compartilhe a alegria nas redes sociais com quem está longe. Você tem um poder imenso de ser o que quiser. Seja bom. Multiplique o bem. Admiro as pessoas que acreditam que a positividade mora dentro de nós. O pensamento positivo nos empurram, nos dão força e coragem. Pessoas positivas emanam luz. Conquistam sua felicidade, fazem acontecer, não enrolam, sabem o que querem e vão buscar. Essas têm toda a minha atenção. Minha fé. Não ficam imaginando como será, preferem testar a realidade, se valer a pena uma chance a mais é dada, se não valer, já é hora de aprender que até os infortúnios tem o seu valor.


Presente lindo que ganhei da minha amiga oculta
Enfermeira Brenna.
Que cheguem as mensagens do vento!
Posicionei na entrada da minha casa pra receber
2016 com ótimas vibrações.
Abra as portas do seu coração, da sua casa, não tenha medo de deixar velhos sentimentos irem embora.  Paz de espirito é para quem sabe cativar o silêncio e contemplar a natureza. Quando você conseguir o equilíbrio estará pronto  para optar pelas melhores alternativas. É você, apenas você quem pode escolher o lugar onde seus pés estarão mais à vontade e fixá-los em areia movediça não é a melhor opção meu bem. Caminhe sobre o que consegue tocar. Siga em frente. Faça amizades sinceras. E respire sem desconfiar, a maldade não se cria em alma blindada.

Você escolhe dizer sim ou não. Descarte ilusões, não as alimente, ouça mais os seus sentidos, você não precisa daquilo que necessita mendigar para possuir. Liberte-se. Segure firme, entrego a você, é seu este livro novo com 365 páginas onde você deverá viver as mudanças que pode fazer. Qualquer atitude é válida. Aja. Não faça de sua história uma vida de promessas. Realize seus desejos e vontades. A vantagem de um ano novo é poder abandonar os erros no passado que lhes pertence. Quando o relógio apontar a mesma direção dia trinta e um você saberá que não deve deixar mais nada pra depois. Lute. Fé você tem, eu sei.


2016 vem aí, chinelo nos pés, uns trocados no bolso, filtro dos sonhos no ar, receba de Deus os presentes que fazem  você abrir os olhos todas as manhãs: É Espirito. É vida! Agradeça-o e abrace primeiro de janeiro com o seu melhor sorriso. Como diz na canção: “Corre pra varanda e vai ver... Faça sol ou chuva um lindo dia vai nascer no céu em degradê". Consegue ouvir? Já ouço o barulhos dos fogos de artificio. Levante os braços em abraços. Compartilhe alegria. Compartilhe emoções. Compartilhe momentos. Compartilhe o seu melhor ano que começa agora. Compartilhe 2016!
















quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Terceiro Toque: - Alô?



Terceiro toque: - Alô? Sou eu. Entre minha dignidade e orgulho me encontro aqui juntando do chão a coragem que não tenho nessa terceira garrafa de 8%, nem preciso admitir que os dedos me traíram e que prevejo uma ressaca moral amanhã. Nesse caso antes que isso comece a importar me permita aproveitar seu silêncio constrangedor do outro lado para fazer algumas confissões sobre o que me atormenta há tempo demais para calar e sofrer. Tempo demais para encher o ouvido de todos os meus amigos com descrições, definições, suposições, perguntas, respostas e soluções. Parece que espalhei a verdade dos meus sentimentos em cada canto, mas fui covarde demais, fraca demais para demonstrar a você. Por isso ouça com atenção porque essa será a única vez que estarei esclarecendo meus erros e falhas, será essa a última vez em que você ouvirá dizer que sinto muito. 

 Sinto muito por somar as inúmeras oportunidades que me deu e não ter tido a atitude que só ensaiava quando você sumia da minha visão. Sinto pela ausência das palavras, até mesmo de um simples obrigada que ficava preso na garganta quando você iluminava minhas manhãs. Sinto muito pelos meus braços que não envolveram seu corpo em todos os abraços que você tentou me dar. Parece que tudo que dei a você nesse período foram meus sorrisos e estes nunca foram bons em expressar verdades. O ar de ironia só escondia e mascarava minha própria insegurança e vulnerabilidade em saber que alguém estava se aproximando rápido demais, ameaçando atravessar a barreira que me protegia de sentir. Por aqui já passou alguém como você e tudo que ele deixou foi um buraco enorme de promessas não cumpridas entre elas um retorno que nunca aconteceu. Tranquei minha capacidade de amar em um espaço no passado. Consegue entender agora o nível de dificuldade que é para mim demonstrar afetos e carinho? Mesmo que suas intenções compreendessem apenas uma noite e eu cedesse ao meu desejo você se tornaria meu inferno particular. Me questionei se eu estaria pronta, a resposta veio rápida e em sussurros de alerta: Não. 

Sinto muito por ter escondido as mãos quando você estendia as suas. Foi por não querer ser machucada que deixei o frio tomar conta de qualquer que seja o tipo de relação que havíamos construído. No entanto, doeu ver e sentir a distância se aproximando, doeu a ausência dos seus braços, doeu quando pouco a pouco você deixou de iluminar as manhãs, suas brincadeiras se tornaram cansativas e repetitivas por não receberem a resposta esperada. No fim enfrentar doze horas se tornou a minha tão temida bolha infernal. Estava presa ao que eu deveria deixar ir por não ter mais o que esperar. 

 Morri tantas noites e ressuscitei em tantas manhãs que perdi a conta. Essa ligação por ora é a prova de que através dos meus remorsos eu entendi que preciso seguir em frente convivendo com meus arrependimentos o que inclui a ressaca moral do dia seguinte. Acho que agora você entende, não entende? Preciso me despedir, mas não se preocupe, a quarta garrafa não será para afogar lágrimas ou tristeza é apenas para celebrar o alivio de ter libertado da garganta tudo o que você precisava e devia saber. Amanhã eu ressuscito mais uma vez. Ao que pude constatar com tudo isso é que quem acredita em vida após a morte também acredita em vida após o amor. O que se você pensar é quase sempre a mesma coisa.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pra Dizer Adeus



É certo moço, é certo que fiquei seja por boa vontade, por carência ou por cansaço de esperar quem jamais voltaria. Se eu disser que foi inconsciente, você acreditaria? Eu não. Por ser metade também não desejava inteiro. Tinha tanto espaço aqui que seu carinho e cuidado alcançaram meu coração perdido e esse meu jeito torto de gostar, sem perceber te encaixei direitinho na saudade que contruí por você mesmo falando as paredes que não me importava se você desaparecesse na manhã seguinte. Demonstrar afeto é algo que não sei bem como fazer, mas que vinha tentando em passos lentos e despercebidos. Pra quem escolhe sempre o silêncio dizer que sente falta é quase uma prova de sentimento. Mas você precisaria me conhecer pra entender a importância disso. 

É certo moço, é certo que teus olhos me conquistaram, que a gente se encontrou em cada toque, que a gente soube aproveitar o máximo do tempo de nós dois, é certo que contra a minha vontade de não querer ficar, fiquei. Fiquei pra apostar comigo e com o universo que quando dois querem ninguém briga. Fiquei pra entender que não se pode apostar com o universo. Fiquei pra descobrir que no meio do caminho de tantas idas, vindas, finais, nãos e "tudo bem", eu não quis mais. Me senti pequena, miúda, embora quisesse explodir fui contida pelas frases que machucaram. Desliguei. Sumir por uns dias. Tentei de novo. Tentei porque no seu abraço tudo desaparecia, tentei porque teu sorriso me acalmava e o teu olhar por breves momentos me pertencia. Mas nada era seguro. Em um estalo cada detalhe, cada desculpa pra todas as vezes que tentei alcancaram o meu limite. Emudeci e você mais uma você vez fez graça e  não entendeu que ali, naquele segundo, eu desistir. 

Você é livre demais e no fundo eu também. Pensei que eu fosse mais desencanada, mas esse negócio de dividir, compartilhar, de gostar por dois, isso aí não é pra mim não. Reclamo sim que ando solteira, mas compreendi que estar com alguém que não alcança a mesma medida que eu me permite tranquilidade em ficar só. De repente essa coisa toda de ligações intermináveis, de espera,  de tô indo aí, dorme aqui, abraços em público e beijos de olhos fechados não fez mais sentido. Sem reciprocidade isso tudo aí perde a graça. E perdeu. Eu sei, uma mensagem de despedida sempre vai parecer fácil pra quem ler, mas nunca subestime a dor de quem a escreve, não é comodo escolher palavras de adeus quando o sentimento de saudade está espalhado por todo lugar.





quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Porque Homem Não Chora


Faz tempo que não vejo você e sem toda aquela sensação de frio na barriga foi difícil te reconhecer. Ou foi isso ou então minha cara desinchada meses depois me permite ver com clareza o homem que me trocou por segundo você, alguém melhor que eu. Doeu. Só não sabia se a dor vinha do medo de perder ou do orgulho por estar sendo deixada. Mas agora tanto faz, olhando pra você eu não entendo que parte eu amei porque não vejo nada que poderia ser amado. Fui tão cega por você como você tem sido pela loira louca que dorme ao seu lado e a qual você exibe sorridente para os nossos amigos. Só você vê diversão nesse espetáculo. E o que eu poderia esperar de alguém sem um pingo de respeito? Você não sabe a diferença entre lealdade e fidelidade. Cada dia que passa pequenos detalhes me dão a certeza que me abandonar friamente foi o melhor que você conseguiu fazer por mim com sua limitada capacidade.

Acredite, não há nada errado em perder alguém, se fosse você a pessoa certa teria ficado. De qualquer jeito. Por todas as razões. Portanto, desculpe o sorriso. É apenas a satisfação do meu amor próprio em ouvir você dizer que sente minha falta, posso não mais amar você, mas isso não quer dizer que eu torça pela sua felicidade. Não sou falsa, hipócrita, mentirosa, manipuladora. Meu desejo é que você sofra, gente que nem você que ama por diversão, que ama cara e corpo, merece mesmo é o desgosto da solidão e de ser desprezado por quem agora você diz amar de verdade. O que é uma puta sacanagem penso eu, afinal o que é que você sabe de amor verdadeiro? Não perde seu tempo mais do que perdi. Desiste logo. Essa segunda chance, esse recomeço, esse flashback, nada disso vai rolar. Eu mudei. Não tenho intenção de me preocupar ou sofrer em excesso pelo que não pode corresponder as minhas expectativas do que mereço ou de quem realmente me merece.

Não ando levando muita gente a sério. Alguém bacana dia desses me ensinou sem saber que a vida amorosa da gente no fim é como um jogo de sorte no qual nunca sabemos quando vamos ganhar ou perder. E fazer o quê se você foi meu grande azar? Então quer fazer algo por mim? Vai embora. A humilhação definitivamente não combina contigo. Olha pra você,  nunca sofreu por ninguém, não sabe o que é lágrima porque cansou de estufar o peito dizendo que homem que é homem não chora. Nunca. Jamais. Não importa o quanto seja o tamanho da dor. Pra mim você só continua o mesmo coração de pedra desumano e desonesto. Não consegue chorar porque não sente dor em machucar alguém ou quando é machucado. Aprende que homem que chora é o que vale a pena, porque é preciso muita transparência e uma enorme confiança  pra demonstrar e admitir sentimentos com os olhos.



terça-feira, 17 de novembro de 2015

Era Uma Vez


Era uma vez eu estava me apaixonando pelo cara ingênuo, inteligente e sarcástico. Os signos combinavam, a atração nos conectava. Não questionem se ele era o cara certo. Não era. Nem certo, nem perfeito. Perfeição é chata e aqueles que cometem erros sempre são os mais divertidos. A diversão era o maior vício dessa paixão cega, insana e dolorosa. Fui me perdendo lentamente em cada parte de um corpo que não me pertencia, me tornei refém do desejo, me desconheci quando o calor de todos aqueles beijos aqueceram meu coração. Então silenciei todos os avisos da razão e fui viver o que não era permitido pra nós: Cenas de romance com partes destrutivas. Éramos o contrário de qualquer casal. Nada de flores, cartões, bombões, cinema, nosso contrato não consentia declarações ou revelações sobre o que sentíamos. Essa forma de paixão é a pior, o engano ocupa cada espaço, nada é real, porque o real não pode ser dito, se for dito é o fim.


Era uma vez e como a busca desesperadora pelo ar na sua insuficiência me apaixonei. Dividi meus dias em horas de espera, emudeci pra processar doces frases feitas, ampliei as intenções de gestos simples, moldei as mentiras e as transformei nas verdades que eu queria ouvir por não querer perder, por não querer me desfazer, muito menos me render quando a saudade torturava meu corpo. Pra cada pensamento racional sobre a urgência de deixá-lo ir eu inventava mil e umas desculpas pra continuar me envolvendo. O que me faria enlouquecer mais rápido? Estar com ele ou não estar? Menti. A vantagem do silêncio é que podemos guardar a verdade. E se dizer a verdade era sentenciar o fim. Havia chegado a hora. Como um filme em retrocesso visualizei uma vida, os erros me julgaram e apontaram a direção certa a seguir. Fiz minha escolha, a dor da consequência chegou, assim como a chuva nos meus olhos. Quando a paixão se reparte em três almas, quando compartilhar um amor clandestino provoca em nós a indecisão entre  loucura e sensatez, quanto de dor podemos suportar?





quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Preciso Deixar Você Ir



Eu entendi as mensagens, as chamadas não atendidas, a nossa falta de comunicação no instante em que falei sozinha por nós dois. Eu aceitei nosso fim afundada em um sofá preto em baixo de um cobertor ouvindo todas as canções que tocavam na hora errada. Perdi nossos detalhes distraída com os detalhes do mundo. Encolhida no canto aumentei o volume da música para não me concentrar na possibilidade de ter mudado, de ter modificado meu jeito e acreditado mais em você. Não pensei, não raciocinei, não senti. Agora com essa caneca de chá nas mãos sinto a tristeza e penso no sofrimento que causei sem perceber que te afastava durante meu sono enquanto você pensava em me deixar. Eu entendi a última mensagem, foi uma forma de término indigno, mas aplaudi o texto pela sinceridade sobre coisas que eu precisava saber. 

Na manha seguinte despertei engolida por lençóis, tinha espaço demais do lado direito da cama, na realidade esse espaço parece sempre ter existido. O café forte descia amargamente pela minha garganta enquanto observava a chuva molhar o vidro da janela, voltei arrastada pra solidão e mais uma vez afundei em mim. Evitei saber o horário porque as horas corriam contra minha decisão de seguir em frente. Evitei qualquer lembrança porque recusava a questionar como pude me perder tanto? O telefone não parava de tocar, do quarto eu podia ouvir inúmeras batidas na porta, mas não me sentia a vontade pra falar sobre você e eu e não mais em nós. Não me sentia confortável pra mentir que já estava tudo bem, nem de esboçar sorrisos assegurando que tudo ia passar. Não passou e eu preciso aceitar o vazio dos passos inexistentes pela casa. Preciso me acostumar com o silêncio aqui dentro. Onde foi que eu desapareci? Coloquei um casaco de capuz e sair pra caminhar sem direção, a rua estava deserta tanto quanto minha vida. A noite chegava e os casais se escondiam da chuva que caia. Um em especial me chamou atenção, de mãos dadas eles sorriam com cumplicidade enquanto ele a protegia do frio com um abraço apertado. O reflexo da minha felicidade de uns tempos atrás. Tristemente sorri. 

“Preciso deixar você ir. Não vou prender você aqui com ataque de histeria ou surtos psicóticos listando por onde posso começar a mudar. Eu estudei cada ponto das suas queixas descritas na mensagem e surpresa: Todas elas são justificáveis. O sofrimento foi um peso que você segurou por dias, meses até, e eu não quero tornar esse peso maior, seria desumano e desonesto. Você fechou seus olhos, seguiu meus passos, sinto tanto por não ter te levado a nenhum lugar, talvez eu não soubesse pra onde estava indo e se me permite admitir, ainda não sei. Eu preciso devolver seus sonhos depositados em mim, preciso deixar você partir com seu amor, ali na frente você precisará dele pra dar a outra pessoa não tão egoísta quanto eu, mas espero que o suficiente pra nunca deixar você ir, porque eu tenho que deixar mesmo sabendo que sua falta vai doer mais que tudo, mais do que está doendo agora e mais do que vou poder suportar”. 

Isso foi tudo que estava escrito em uma folha amarelada que entreguei quando ele abriu a porta surpreso em me ver encharcada e com os olhos vermelhos. Tentou insistentemente me convencer a entrar enquanto eu virava de costas e chorava com os braços em volta do meu corpo segurando toda minha força de vontade em pedir pra ficar. Mas não o fiz. A resposta das perguntas que virão será a confissão de que o amo com toda a força e sentimento que alguém que compôs aquela música “Meu eu em Você” pode amar, mas a decisão de voltar só pode ser tomada por quem decidiu partir. E por ora, eu só preciso de uma noite de sono desmanchada de pensamento pedindo apenas que o tempo me faça feliz.


domingo, 8 de novembro de 2015

Opostos



É que tem um mundo de palavras aqui dentro, entende? Meus dias passam devagar buscando em cada espaço de tempo desocupado interpretações pra inúmeras atitudes opostas – Ora abraços, ora beijos, ora silêncio e distância. Acontece que somos tão iguais que não sei se estou me descrevendo ou definindo você. Temos a mania enlouquecedora de invertermos nosso humor sempre que a conveniência nos exige, parece mais uma luta constante entre duas personalidades parecidas em ser diferentes. Há dois pólos, um positivo e um negativo. Esses vivem oscilando, surtando e se divertindo em longas noites de manipulação sentimental em que desisto, abro mão e deixo você ir. Essa determinação é tão momentânea quanto minha vontade de ficar. 

Sei tão pouco de você quanto você de mim, mas o que sei de nós é que pra levantar a bandeira branca alguém precisa admitir o que sente e é aí que decido continuar sem saber pra onde to indo. Prefiro tatear as cegas a ter que olhar pra mim e confessar que toda essa admiração e desejo infinito viraram frio na barriga e uma vontade de colocar você no meu colo com a intenção de dividir e solucionar os teus problemas os quais conheço tão bem. Contudo, não tenho jeito e nem pressa pra declaração. Não tenho habilidade pra demonstrar tanto sentimento. Uns chamam de timidez, mas eu apresento a minha impassibilidade como uma forma de proteção. Nego qualquer acusação de afeto por você. Tenho aversão à idéia de parecer ridícula por estar apegada a saudade que você causa quando não está sob minha visão. Não existe saudade mais cortante do que a ausência de quem não pode ser seu. E você definitivamente não pode. 

É difícil decifrar modos contrários, é como se existisse múltiplas personalidades ali dentro enquanto eu vou me moldando a cada uma delas. Se você abraça, eu seguro. Se me beija, correspondo. Se silencia eu respeito. Se mantém distância sigo em frente fingindo apatia e desconcertando a certeza que você tem. No fim do dia sorrio ironicamente pela minha falta de coragem. Essa audácia de pagar pra ver não tem nada haver comigo, me sinto melhor dando de ombros do que insistindo em ser mais um problema que você não quer pra si embora essa certeza não exista de verdade. 



terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Que Sei De Você



Vi sua rede social outro dia, sorriso de quem conseguiu, de quem passou por tudo, de quem recomeçou. Eu queria ter estado lá e sido a moça a te mostrar que havia amor o suficiente dentro de você. Sempre soube que o tempo seria seu amigo, quis na verdade que esse mesmo tempo tivesse estado ao meu lado quando quis ser mais que sua que amiga. Contudo, é definitivamente impossível começar qualquer coisa quando a outra história ainda não teve fim. Demorei a reconhecer que você era só metade e que sobrevivia bem assim sendo incompleto. Apesar de querer muito, compreendi com dificuldade minha limitação em não ser a moça certa pra fazer você se amar. Não naquele ano. Há diferenças entre egoísmo e amor próprio e meu erro foi querer te curar a qualquer custo, mas antes de ser julgada por minhas ações devo dizer em minha defesa que minhas intenções eram as melhores por não suportar mais ver você afundando em sofrimento.

Tempos depois, ver suas fotos me permitiu admitir em silêncio que sim, eu gostaria de ter sido a garota que te fez acreditar novamente, a que te deu através de um abraço apertado a segurança, a confiança, a determinação e a vontade necessária pra esquecer, pra superar, pra continuar. Eu almejei ter sido ela apenas pra sentir o prazer de ver você sorrindo sem carregar toda aquela dor que nunca soube se era de culpa, arrependimento ou somente desespero por perder quem tanto lhe pertenceu. Dois anos se passaram e eu ainda consigo sentir sua dor e embora eu tenha visto uma estranha beleza na sua tristeza esta nunca combinou muito bem contigo. Por essas e outras razões quando juntei o esquecimento e as malas entre todas as sensações que eu desejei a você quando partir, a felicidade foi a maior delas. É com entusiasmo que aceito ver você finalmente vivendo o presente, depois do primeiro passo o mundo parece ter voltado a girar, há aquele sentimento bonito em seus olhos, alguns chamam de esperança e você sempre soube, não soube? És tão capaz de amar quanto amou na sua antiga vida.

Qualidades e defeitos fazem parte de qualquer pessoa, espero que todo aquele amor, carinho e cuidado que fazem parte do seu jeito sejam doados intensamente e sobretudo sem medo. Não coloque os fracassos do passado em um futuro feliz que está começando a ser escrito. Quanto aos defeitos, alguns são mais evidentes que outros, frieza e orgulho podem arruinar qualquer relação. Se você decidiu ser completo pra alguém, seja. Novas histórias nos possibilitam corrigir erros. Sem dúvida alguma agora chegou sua vez, não desperdice sua chance. 
Distante e indiferente eu continuo aqui, torcendo incansavelmente por você.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Em Um Sopro



Passei tempo demais sem me reconhecer, minha mente sempre em outro lugar, fora de órbita, fora de mim. Foram tantas semanas de nervosismo por toda aquela proximidade inesperada e perturbadora que nos últimos dias acordar tranquila por mim, pra mim foi um tanto surpreendente, de repente entendi que meu jeito de querer você foi cego e obsessivo, já sobrevivi a idade de deslumbre pela paixão e mesmo assim fui adolescente outra vez, sua maneira torta de me prender era fascinante demais. Tudo pra me sentir mais viva. Não conseguiria racionalmente escolher entre mim e você, foi pura sorte o coração poupar o trabalho de me tornar mais fria que mármore. Deus sabe como não tenho mais paciência pra desligar as emoções e não sofrer por metade de mais ninguém. Se doar por inteiro é pra poucos meu bem. 

Antes que eu optasse pela solução mais dolorosa, você passou, tão rápido que nem vi. Só senti quando tudo aqui dentro se desfez seja por convívio ou por decepção. Ou simplesmente os dois. Meu otimismo foi insuficiente pra sua imensa covardia em não quebrar a única ligação que se opôs a nós. Todas as manhãs eu depositava minha fé em você, arriscava em erros sem me importar, desacreditava na possibilidade de me render. Tentei segurar o suficiente de tempo, não queria me desapegar por costume, por medo de perder seu sorriso, mas aconteceu. Um momento. O sentimento evaporou, desse jeito mesmo, como água que vira fumaça. Em instantes me dei conta do fim. 

Não há arrependimentos ou lembranças, não há sofrimento ou lágrimas. Também não há sorrisos. Muito menos culpa. Minhas expectativas de ver suas promessas se tornarem reais são nulas assim como a vontade de você. O vazio foi ficando grande demais, porém confortador, aquele frio na barriga as vezes parecia que ia me consumir, foi um alivio quando minha rotina encontrou equilíbrio, quando voltei a ser altruísta e confiante, meu coração descansou e eu sorri com meu reflexo meio livre e só. Não sobrou nada pequeno. Sei disso porque agora é fácil te encarar e cada vez que suas atitudes me questionam sobre como, quando ou onde meu interesse se perdeu, eu viro de costa, eu dou de ombros, eu silencio. Não conseguiria dizer ou explicar que foi em um sopro que tudo desapareceu. 


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Tão Distante Quanto [...]




Aproveitando esse momento de impulso. Acorda. Eu preciso colocar pra fora, cansei de não dormir, de virar a madrugada fixando o teto, cansei de guardar essa coisa toda aqui dentro, se não desabafar vou implodir, eu juro. Não consigo mais manter em silêncio meus pensamentos, tenho que te contar sobre essa confusão de sentimentos, de como enlouqueço durante 24 horas e não tenho folga de você. Vem, eu ajeito sua gravata, conserto sua vida, me deixa explicar como é difícil respirar sua companhia e não poder tocar sua pele. Me deixa abrir o coração, falar da vontade de segurar suas mãos ou da pretensão de te ligar no meio do plantão só pra te lembrar da minha saudade fácil e de quanto os dias são longos demais quando você desaparece. 

Anda, o café tá na mesa, senta comigo, tem lugar demais sobrando do outro lado, se você não se fizer presente como vou admitir meu tempo de espera onde ridiculamente planejei cada passo de nós dois, inventei nossos encontros, imaginei reencontros onde despreocupadamente confesso o quanto conhecer você revirou e bagunçou toda minha rotina.  Droga, não faz isso de novo, não sai assim, não se despede, não me beija na testa e vai embora como se não tivesse memorizado cada frase minha, não me destrói com esse sorriso que me deixa sempre pra amanhã. 

Volta, conta o porquê de tamanha covardia em não me roubar? O que te impede de me levar? O que te mantêm atrás dessa barreira que já não sei se é pra te proteger ou me proteger de você? Que medo todo é esse que rodeia a sua vontade de ser feliz?

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A Fé Que Eu Tenho Nela



Ela arrumou a casa, colocou a bagunça no lugar, ajeitou os quadros tortos, recolheu os cacos de vidro com todo cuidado, limpou as paredes manchadas, restaurou sua zona de conforto ao custo do recomeço que não pediu e não esperou. Perder aquilo que considerava seu é arriscado demais e não importa por quantos ângulos a situação seja vista é difícil convencê-la de que cometeu algum erro no caminho. Desembarcar com esperanças de um futuro feliz era o seu plano. Embarcar em um retorno com o caos instalado por todos os lados nem passava por sua mente, não foi pra desestabilizar seu equilíbrio emocional que ela arriscou seus passos. 

Alguém disse que ela não gosta de surpresas quando as situações envolvem uma resolução fora do seu alcance. Ela não gosta de perder o controle sobre si. E perdeu. Viu pessoas e oportunidades desapareceram sem explicações ou com explicações absurdas. Correu atrás do que considerou importante, as explicações absurdas mereciam ser esclarecidas. Já quem se foi sem explicação ela abriu mão. Deixou ir. Quem determina o fim sem justificar o meio precisa estar tão convicto de sua decisão que não necessita consultar os sentimentos do outro lado. Nesse caso não há mais nada a ser feito. Há uma linha distante entre aceitação e humilhação. Ela apenas aceitou e sofreu. Sem respeitar suas lágrimas seu coração brincou de desordem e adicionou uma confusão imensa ao julgar erroneamente ações de quem tinha boas intenções. E a soma de todos os acontecimentos não era nem o começo da confusão em torno dela. A vida ainda a testaria até o desespero. 

Eu tive pena quando a vi perdida e chorando daquele jeito espalhando dor em cada canto. Eu quis ajudar quando a vi confiando demais. A tristeza dela me afetou mesmo quando ela resistia em não se deixar derrotar. Eu já a vi lutando tantas vezes, no entanto agora ela me parecia está cansada demais pra continuar. Eu queria insistir nos pontos positivos de sua jornada até aqui enquanto ela chorava até dormir. A desolação dela me doía até os ossos. Lá no fundo ela sempre foi tão forte, tão animada, tão alto astral, tão risonha. E isso tudo tinha ido embora. Ela desacreditou de sua própria capacidade em superar as derrotas que chegaram de uma vez só. Mesmo assim eu nunca desisti da coragem dela.

Ela se recusava a qualquer distração. Demorou semanas cuidando de cada corte, esperou o sumiço dos hematomas mais evidentes e quando as cicatrizes começaram a aparecer ela decidiu seguir em frente. Não sorriu. Mas respirou fundo. Aquele era o sinal do seu recomeço. Eu acredito que alguém desconhecido foi sua salvação quando com sinceridade no olhar afirmou que depois de enfrentar uma doença grave há anos e sair viva, não poderia haver mais nada nessa vida que ela não pudesse enfrentar. Ele então pediu: "Prometa pra mim que nunca vai desistir". Ela nada respondeu. Mas agiu. Arrumou a casa e  colocou a bagunça no lugar...

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sua Bagunça Não Combina com a Minha Vida

 
Três passos à frente e ele não me alcançou. 
Embora eu adorasse com o olhar suas inúmeras brincadeiras nunca dei espaço pra fazê-lo entender que o queria – mais que tudo e durante tanto tempo. Eu podia ter dito sim, ter dito vamos, ter dito me leva ou somente que aceitaria ser pra todos aqueles convites que o meu silêncio recusou. O silêncio ou o sorriso eram as únicas respostas que o meu jeito meio tímido sabia dar. Por isso em confissão admito minha culpa. Quem diz na vida inteira não possuir algum arrependimento mente. Perdê-lo para minha falta de atitude causou meu pior remorso. 
Listei todos os defeitos possíveis e inimagináveis na esperança de que isso me fizesse desistir, mas nem o fato dele ter alguém me fez parar. Escrevi textos longos sobre como deixa-lo ir sem sentir saudade ou um vazio imenso. Inventei razões, desculpas, motivos pra ficar ali, perto, ao lado, segurando o pouco que cabia naquele pequeno lugar. Perto dele era como ficar sob a luz sol: Ora me aquecia, ora me queimava. Seus braços e mãos sempre tão confortadores não me protegeram das mudanças resultantes da minha total falta de coragem. Quando menos esperei o jogo psicológico começou e mesmo me julgando experiente, perdi. Ele usou armas perigosas e isso doeu de tal maneira que enfim a um custo altíssimo de surto eu ergui a bandeira branca.     
Tive dias de sumiço e sono. Me desanimei da rotina o que possibilitou pesar o melhor pra mim, toda aquela bagunça não interessava pra minha vida, nem ele sendo meu maior querer no momento justificou tanto desequilíbrio. A grande ajuda que tive veio de defeitos os quais ele mesmo colocou em si. Todo aquele sol virou um iceberg imenso, eu já não queria mais proximidades por saber que todo aquele gelo também seria capaz de me queimar.  

domingo, 7 de junho de 2015

Desculpa Não Ser Ela

Não precisa deixar tudo pelo meu amor.

Insisti em acompanhá-lo quando você me puxou da roda de amigas. Me deixei cair na sua conversa mole de bom moço. Quis te esquecer, mas as músicas daquela banda que você me ensinou a gostar tocavam por toda parte e em todos os lados eu via você. Lembra da camisa do seu time do coração? Sua cara em choque quando me viu vestida foi o primeiro sinal de que você sempre buscou alguém que já havia estado ali. E eu só queria ter mais coisas que me ligassem a você. Em simples gestos como as ligações não respondidas eu imaginei você com outra, mas jamais imaginei que essa outra tivesse ido embora há tanto tempo deixando você pela metade, a metade que você insistia em me dar com seus abraços distantes, seus beijos sem corpo e toques sem alma. 
Não se preocupe, não me senti enganada, seu engano foi tristemente maior, eu podia ver sua ilusão na mão aberta que você nunca fechou como se esperasse ela voltar enquanto minhas mãos esperavam por você. Vai ver que você nem se deu conta do sentimento que criei com o tempo me agarrando a sensações que não existiam e em momentos que só eu guardei como o cheiro do seu perfume que me causava espirros a noite inteira, você surgia impregnado por aquele cheiro em todos os caminhos, então entendi que aquele era o aroma que ela gostava e você se apegava a ideia de que se talvez ela sentisse reconheceria você em qualquer lugar. 
Isso não me magoou. O que me machucou mesmo foi a ironia de ler toda aquela lista de desculpas quando eu já havia descoberto e lido todos os sem-números de textos e textos que escreveu pra ela e percebido que você nunca escreveu um bilhete no dia seguinte.  Eu quis te esquecer desesperadamente. Lutei contra a vontade de te querer e de te procurar depois daquela carta [VOCÊ NÃO É ELA]. Doeu cada frase, cada desculpa, doeu saber que apesar do meu esforço pra ser o melhor pra você nada foi suficiente. No entanto agora é minha vez de escrever e pedir desculpas. Desculpa por ter atravessado sua história, por ter insistido em curar sua separação, por querer cuidar de você, por ter amado você. 
Desculpa por não ser ela.

Por Mais Amores Inventados


Pra ficar poético eu poderia dizer que esbarrei com ele em um pôr-do-sol, mas sem essa, não foi nada disso apesar de tê-lo encontrado como naquelas novelas, tipo coração disparando no momento em que o vi? Mais ou menos isso. A diferença entre tantos clichês é não saber se nosso coração bateu junto ou se o meu coração disparou sozinho com a força devastadora de um amor platônico. Palmas pra mim. Essa mania boba de atirar flechas sem direção é bem minha cara mesmo, e o pior, só acerto nos mocinhos de status namorando, casado, enrolado ou homossexual, bem faz o cupido que deve puxar a ficha inteira do indivíduo antes de sair apontando setas por aí – Imagino ser essa a única explicação para ainda existir amor correspondido nessa vida – Ou essa é só a mentira esfarrapada que conto pra aquele tio chato que sempre diz que sou a encalhada da família e blá, blá, blá. 

 Certo, voltando para parte do meu coração batendo sozinho. Bateu mesmo. Acelerado, tipo o turu, turu, turu aqui dentro e quando ele passa. Mas não foi tão simples assim não. Acredite que pra isso acontecer teve todo um processo básico de análise à primeira vista que incluiu o sorriso, o olhar e um jeito Ú-NI-CO de me fazer sorrir completamente abestalhada, sim, isso mesmo, abestalhada é a palavra que me define quando ele chega perto, abre o sorriso, me olha beeem nos olhos e diz: “Bom Dia”. Todos saem de perto porque meu ego elevado nesse segundo não deixa espaço pra mais ninguém, geralmente eu nem vejo ou ouço alguém nesse momento, acho que ele tem meio que uma áurea em torno de si, entende? Eu só consigo enxergá-lo. Merda! Isso explica mais alguns clichês, como mãos suadas, frio na barriga e um tremelique danado nas pernas. Se posso me dar um diagnóstico baseado nesses sintomas, não tenho dúvidas, estou com Paixonite Crônica Estágio I (risos!). Isso esclarece bem o porquê tagarelo o dia inteiro para as minhas amigas sobre como ele é o ser humano mais lindo que já vi enquanto na presença dele eu viro uma muda universal. 

Ops! Escrevi muda? Ok. É bem verdade que sempre deixo o moço no famoso vácuo, nunca consigo retribuir ou responder quiçá me mexer também (risos!). Mas anota aí, venho trabalhando nisso, todo dia me conserto um tanto por admitir que gosto dele pra ca-ram-ba, na verdade pra ca-ra-leo. Platônico ou não, impossível ou não, se esse gostar tá só aqui desse lado ou não, não IN-TE-RES-SA. O que sei é que tô curtindo pra valer essa paixonite, essa fase de progressão diária me faz sorrir de mim mesma, essa coisa de esperá-lo no corredor como quem não quer nada só pra iniciar o dia com aquele “Bom Dia” me faz cantarolar com orgulho e com um largo sorriso aquela canção que todo mundo já conhece “Eu adoro um amor, um amor...”

É Cazuza, você sabe bem, enquanto o cupido passea com a nossa flecha, a gente vai inventando amores só pra se distrair.

domingo, 17 de maio de 2015

Culpado!


Ah a saudade. Tanto sentimento desperdiçado, tantas palavras escritas que hoje não fazem mais sentido, foram só pra me fazer amar?  Foram só pra me fazer sentir? Foram especialmente escolhidas para me ganhar? As releituras que faço das mensagens recebidas condenam você. Definitivamente culpado. Culpado por fazer tudo tão certinho, por trazer a esperança de ser diferente, de não ser do tipo que mente, por me fazer sorrir durante dias seguidos me acostumando a ser feliz. Culpado! Culpado por me fazer perder o controle, o bom senso, por me instruir a ultrapassar meus limites enquanto você nunca ousou cruzar os seus. 

Eu deixei você se aproximar. Eu deixei você preencher meus dias com suas manias bobas como me chamar de bem ou o seu jeito atencioso de se importar em saber como andava a confusão da minha vida. E agora se quer saber sem se importar a ausência preencheu todo o espaço ao redor, você não notou porque não mais me viu. Quando tentei reaproximação me perdi na sensação deixada por suas frases ensaiadas, educadas, falsas. A felicidade de falar com você não compensava a tristeza por viver seu total desinteresse. Brincar com os sentimentos de alguém é a forma mais covarde, mais indigna, mais lamentável de se sentir mais homem, mais forte, mais esperto. Não há absolvição pra alguém como você. 

O medo de perder, de deixar você ir ou de simplesmente você sumir não me deixava prever que em pouco tempo eu estaria derramando lágrimas pela obrigação de me desacostumar de você. Mas então esses dias logo chegaram e a saudade quase me enlouqueceu. Saudade é a forma mais bonita de mostrar o quanto você se importa com a pessoa pra quem você diz "Estou com saudades". E isso você nunca sentiu. Nunca falou. Hoje quando a saudade de você aparece eu luto. Me recuso a ainda senti-la. Respiro fundo todas as manhãs repetindo baixinho: Não sinto falta, não sinto falta, não sinto falta. Me coloco de pé e então sigo em frente.

E assim o tempo tem levado você e Deus é tão bom que tem colocado outro alguém em seu lugar. 




sábado, 2 de maio de 2015

Eu Te Esperarei



O lugar destrancado no meu coração, na minha casa, por toda parte é seu. Embora nossos caminhos se descruzem por agora eu ainda acredito em nós, em todo aquele abraço e sentimento compartilhado. Nesse descompasso de destino me recuso a desistir dos planos que fizemos enquanto eu descansava em seu peito. Sorrir com você sobre os problemas da vida continua sendo meu melhor remédio. Não quero ter que me desfazer dos presentes, nem quero ter que separar o que é meu do que é seu. Não quero sua ausência respondendo os ecos pela casa vazia. 

Vou confiar nas nossas lembranças. É tempo demais pra desperdiçar. Nossas horas juntos valem uma eternidade. Somos a química perfeita, o desejo perfeito. Somos completos. Sintonia e simetria em equilíbrio. Já fomos tão longe. Já enfrentamos e superamos. Nossa história passa longe de ser exemplo, mas ainda assim é nossa. Construída por nós. Sentimento por sentimento. Temos a afinidade certa. Temos as contradições necessárias. Caminhe o quanto quiser, se perca, se desencontre, ganhe o mundo, ganhe a liberdade. Se distância é preciso para continuar. Eu espero. Nosso amor vale mais. Vai além. Debaixo da chuva eu enfrento a saudade. Enfrento a tristeza de ver seu coração se afastar. Mas isso não é nada perto do que posso fazer por nós. 

Anos que se somam divido a dois causam medo. Eu sei. Somos tão jovens. E é por sermos jovens demais que dou a você o espaço necessário. Sem pressa alguma. As pessoas hoje falam muito sobre o que é amar. Dificilmente tomam atitudes que significam amor. O maior livro de todos me ensinou quando conheci você: O amor tudo sofre. Tudo espera. Tudo suporta. Atitudes. Não apenas palavras. Voltas e recomeços servem justamente pra definir segundas chances. Venha quando estiver pronto. Certo do que quer. Decidido a segurar minha mão e não mais soltar. Tudo pra mim é muito simples: Você vem e a vida inteira será pouco pra nós dois. 


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sexta-feira, 17 de abril de 2015

Você não Valeu a Pena




Ei garoto? Quanto tempo hein? Cê sumiu! Eu sumi? Não brinca? Tem certeza? É, falando desse jeito não é que você tem razão. Sabe como é? Quando a gente descobre que o chão em baixo dos nossos pés não é tão firme assim?  Melhor pular fora, jogar a toalha, sair de fininho. Isso aconteceu no dia em que imagina só, o facebook me deu aquela bofetada psicológica, acordei e uau! Lá estava. Na minha frente. Estampado. Engraçado que junto com esse dedo da verdade tecnológica apontado na minha cara e rindo de mim veio a raiva, a decepção, a tristeza, a mágoa e a vontade insana de bater em você. Sem preocupações. No fim virou só raiva pura e uma puta vontade de te ligar e mandar você pra todos os lugares feios que minha mãe me ensinou a nunca falar. 

Respirei fundo como uma boa garota altruísta, deixei os pulmões filtrarem o ar pesado de toda aquela confusão! Por que os homens tem essa mania de confundir a mulher quando querem conquistar e depois que conquistam querem nos esconder do mundo? Qual o problema em ser verdadeiro, sincero, honesto? "Ei guria quer sair comigo? Quero levar você pra cama?" Levaria um não, mas receberia pontos por sinceridade. Ou levaria um sim. As mulheres estão mais desencanadas, com a cabeça aberta, cheia de idéias novas com toda essa onda do desapego. Hoje em dia podemos considerar a proposta de uma noite sem problema algum. Mas não. Seria fácil demais, não é? Sem graça, sem emoção, sem adrenalina. Posso imaginar. 

Então se liga no por que eu tomei um rumo. Porque depois das mensagens, encontros, conversas e sorrisos a única coisa que você me proporcionou depois foi o desgosto quando descobri cada mentira. Uma por uma. E adivinha onde meu bem? Naquelas bofetadas que recebi das redes sociais da vida. Você sabia que essas redes existem, não sabia? Sabia até que eu podia printar todo seu lado conquistador e mostrar, não sabia? Tudo bem, relaxa, solta o ar, isso, fica calmo. Você não vale tando assim. Não vale nem uma briga besta. Não vale a luta. Tanto que não valeu sequer minha justificativa quando desapareci. Você não valeu a pena. Não valeu nada. 

Tenho crises de sorrisos quando olho pra você. Me deprime seu fracasso em me ganhar. Me deprime sua força de vontade em se desculpar. É patético ver seu embaraço em falhar. Não passa de um babaca, um idiota. E vai se tornar mais patético ainda quando descobrir a resposta da pergunta: Quem vive de mentira vai ter o quê pra oferecer? Um chão que tá mais pra uma areia movediça, uma poça enlamaçada? Ninguém vai poder se fixar aí meu bem. Nem ela quando perceber que se envolve com um otário. Sabe o que me faz diferente das outras que você pega por aí? É que eu sei o que mereço. E é bem mais do que você pode me oferecer. Meu lugar é bem mais além. Não nasci pra ser segredo de ninguém. Não nasci pra viver no escuro. Eu nasci pro dia. Eu gosto  mesmo é do brilho do sol. 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Odeio Sentir As Coisas que Odeio em Você



Eu odeio todas as artimanhas que você usou pra me conquistar. Odeio mais porque não esperei que você fosse capaz. Eu odeio a forma como você entrou na minha vida, rápido, preciso e fácil. Odeio mais ter consentido sua entrada e você não ter ficado. Eu odeio como você fez meu coração bater novamente. Odeio mais por não ter continuado. Eu odeio como você despertou cada parte de mim. Odeio mais por ter me convencido a desejar seu toque. Eu odeio o seu sorriso. Odeio mais quando me fazia sorrir com você. Eu odeio seu olhar. Odeio mais a falta que eles fazem quando não estão em mim.

Eu odeio como você me segurou em seus braços, tão forte, tão seguro, tão protetor. Odeio mais querer que eles fossem suficientes pra me manter por mais tempo com você. Eu odeio o jeito que você me acordava todos os dias. Odeio mais não consegui me acostumar com os dias sem você. Eu odeio cada detalhe seu. Odeio mais a dificuldade em esquecer um por um. Eu odeio o começo quando você foi presente. Odeio mais essa saudade que sem avisar você me presenteou para que ficasse em seu lugar.



Eu odeio as respostas que você nunca me deu. Odeio mais as perguntas que nunca fiz. Eu odeio ter sido docemente feliz com você. Odeio mais por você ter conseguido fazer isso quando ninguém mais conseguiu.  Eu odeio o jeito que você segurou minha mão quando me conheceu. Odeio mais e para sempre você tê-la soltado e me permitido partir. Odeio você por não ter me procurado. Odeio mais a espera que quase me enlouqueceu. Eu definidamente odeio você por me fazer sentir. Odeio mais quando essa sensação é a raiva por todas as coisas que eu ainda amo em você.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sobre Tudo Que Ainda Tenho Pra Dizer



E tem sensações que só você pode se permitir sentir. Quem disse que não se pode voltar atrás? Eu voltei. O que precisava ser esclarecido. Foi. O que precisava ter sido feito. Feito. Segundas chances são raras e não devem ser desperdiçadas. Eu tive três. Bem mais do que pedi. De amor se foge. De paixão também. Esses sentimentos você ainda pode controlar com a mente.  Mas o desejo não. Não se consegue fugir de desejo. É corpo. É pele. Quando não se pode desenvolver apego pelo que não lhe pertence é melhor deixar apenas por conta do desejo. Isso basta. 

Se me pedissem uma palavra pra defini-lo seria Intimidador. Ele tem algo, algo que me faz confiar e ao mesmo tempo me intimida. Com ele nunca consigo ser eu mesma. Ele sempre está um passo a minha frente. Fui acostumada a ser quem surpreende, dificilmente sou surpreendida. Ele faz isso. Eu quem tenho comigo tudo que preciso dizer, com ele fico sem palavras. Eu, a garota que sempre deixa os outros sem jeito, com ele fico totalmente embaraçada. Ele me encanta por não ser previsível. Nunca sei o que esperar. Quando penso que se foi, ele aparece. Do nada. Isso  me faz sorrir. 

Sou do time dos que não confiam em palavras. Acredito apenas em ações. As ações demonstram suas intenções. E as minhas definitivamente eram perversas. Eu não me contentaria com pouco. Dessa vez eu não diria não. Não adiaria isso por nada. Só deixaria rolar. Ele acertou no tempo. Fez como deveria ter sido a primeira vez. Usou meu ponto fraco: Atitudes. Me passou a confiança necessária pra me fazer querer aquilo mais que tudo. Eu quis. E não mudaria nada. As sensações que ele me causou foram as melhores. Foram intensas, muito intensas. Tudo que aconteceu foi incrivelmente bom. Muito bom. Se fosse permitido eu me viciaria em cada parte do seu corpo. Não houve braços os quais eu desejasse tanto quanto os dele.

Mas sou racional demais. Jamais confundiria o lado do qual eu jogo. Mesmo que o meu inconsciente tenha esperado algo mais como descansar minha cabeça no seu peito ou receber uns últimos beijos carinhosos. Ok, isso não é nada demais. Não se pode ter tudo de uma vez. É apenas uma simples observação que não faz com que eu me arrependa de nada. No fim ele conseguiu fazer de uma simples tarde uma das minhas melhores lembranças. Ainda assim não posso carregar sentimentos comigo. Só o desejo é permitido na minha partida. Não construo morada em ninguém justamente para não ter despedidas. Odeio despedidas. Jogo toda saudade na mala e parto pra outro caminho. Uma das regras da felicidade : Leve tudo na mala se não quiser ficar. E eu geralmente nunca fico. 

Sorte pro futuro. Pra nós dois. Você é único. Jamais se perca de quem você é. Porque isso é o que fará com que eu volte atrás em qualquer decisão que eu tomar em relação a você. Se cuidaSe cuida só é dito pra quem queremos cuidar e não podemos.

A gente se vê.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Concurso Literário

Olá Gente! Tudo bem? E hoje a postagem é meio informal - surpresa boa!!! Tudo pra fazer um pedido super especial a vocês que passam por aqui de vez em sempre! Tenho um Texto chamado Arrependimentos Desconfessos concorrendo no Concurso Literário do Site Ser Ou Não Sei. E para me ajudar a ganhar venho pedir carinhosamente o seu acesso, o seu comentário e o seu voto (clicando nas estrelinhas). Para conferir meu texto no concurso é só clicar aqui > http://www.serounaosei.com/contos-bardo/arrependimentos-desconfessos/ 

Desde já agradeço muitíssimo o seu tempo dedicado  na votação. 
Obrigada. E a gente se vê! Tem novidade chegando no mês de Abril. Aguarde!!
Beijo!
Dheysse Lima - Escritora no Blog Jeito Lunático. 



segunda-feira, 23 de março de 2015

Eu Sinto Falta do Seu Amor.


Você já devia saber como é difícil pra mim ter que te procurar - ainda que de uma forma totalmente anônima. Você já devia ter uma idéia de como é embaraçoso pra mim ter que admitir que sinto falta das tuas mensagens de boa noite e bom dia. Você já devia ter percebido que todo esse meu silêncio é uma forma de me proteger de tudo que ainda tenho pra dizer. Você já devia ter deduzido que as frases que solto de vez em quando sobre não me importar  ou não querer saber o que você tem feito da vida não passa de disfarce, de um teatro que inventei pra não ter que confessar o quanto foi doloroso me afastar de você, o quanto precisei de forças sobre humana pra ignorar seu número no meu celular. Ou o quanto passei noites com a cabeça cheia pensando em como tirar você da minha vida. E como poderia tirar da minha vida as lembranças de algo que não terminou? Eu custo a acreditar que você não saiba de tudo isso mesmo que não consiga descobrir que quem está por trás das últimas mensagens e ligações sou eu e toda minha saudade.

Sei que a forma que encontrei de estar perto de você é a mais covarde, mas não posso explicar o que me levou a recorrer a algo assim, talvez não quisesse deixar meu orgulho de lado pelo medo de você me contar que enquanto eu não te superei, você seguiu em frente. Eu não poderia suportar essa dor quando esse medo me acompanha desde que saí da sua vida sem dizer tudo que eu sentia por você e por cada momento que você me deu ao seu lado. Eu sei e me obrigo todos os dias a entender que a estranheza de como expresso meus sentimentos não me ajudou muito. Mas ainda, contudo, você deveria saber que eu jamais dormiria em sua cama se não quisesse acordar todos os dias em sua companhia.

Eu peço gentilmente desculpas por não ter a coragem necessárias nos pés e nos dedos pra conseguir dizer que sinto tanta falta de nós dois, das conversas que entravam pela madrugada, do jeito que você me fazia sorrir tão leve e despreocupada e de como desesperadamente eu sinto a falta da sua voz e do seu amor. Eu definitivamente sinto a completa ausência de você. Não sei até que ponto irei. Se até desistir. Ou se até você me descobrir. Eu só sei que nesse momento eu ainda não posso dizer quem sou porque consciente eu tenho fé em você. Fé em todo aquele sentimento que rodeou nosso tempo juntos. E principalmente, tenho fé em tudo o que acredito e sinto e que você já deveria saber.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Reencontros e Desencontros


Quanto tempo mesmo? Quais os momentos que vivi durante o passado que trouxe meus pés até aqui? Esse esquecimento parte da certeza de que quando me levei daqui fui completamente perdida. E não quis voltar. Ou rever. Deixá-lo pelo caminho com a incerteza de que eu poderia ter mostrado um lado melhor de mim me fez ter a segurança necessária pra continuar. Pra não olhar pra trás. Até está pronta novamente. Nem que pra isso precisasse de todos os anos que enfim se passaram. Eu voltei. E vim pra retomar o caminho que planejei nesse lugar. Vim porque através das relações que fracassei eu pude me fortalecer e entender que tudo se vai. Assim como o que eu sentia por cada parte de você que nem ao menos cheguei a conhecer.

Durante passagens que não planejei, pra cada sim da sua presença o meu não se antecipava. As perguntas eram inevitáveis. Perguntas que eu nunca quis responder sem realmente vive-las. O tempo se adiantou pra me testar, eu apenas sorri pela infelicidade de imaginar o antes. De como tudo aquilo havia sido tão importante e motivo de tanta felicidade pra mim. Mas afastei esses pensamentos, eles já não fazem parte do que agora quero pra outro lado da cama. A hora chegou e então sorri mais uma vez e foi sincero, que alegria vê-lo ou revê-lo. Alegria maior foi conseguir respirar fundo e apenas sentir o que já não estava mais ali. Minha admiração sempre será a mesma, tê-lo sob meu olhar me trouxe a recordação do porque criei sentimentos. Aos meus olhos ele ainda tem o mesmo efeito, mas já não há nada em meu coração. 

Enquanto a música alcançava minha mente, as respostas também me alcançaram: Os sentimentos não adormeceram, mas morreram silenciosamente e lentamente em cada decepção que causei a mim mesma ao recordar das atitudes infantis que tive. Não houve culpa sobre ele. Ele nunca conheceu a garota que esteve ali naqueles poucos dias. Ele sequer quis conhecer afinal. Mas esse pensamento já não me incomodava como antes. Foi intensamente boa a sensação de vê-lo sem desejar seus os braços em volta de mim. Eu o esqueci. E no fim não precisei me esforçar em nada, ele consciente ou não, me deu grandes e fortes razões pra não deseja-lo novamente. Sob minha visão e audição, ele enterrou qualquer vestígio do que ficou. E tudo se tornou ao contrário de um final passado que tanto carreguei comigo. Dessa vez a garota que se manteve no controle e calada, era definidamente eu. E a atitude infantil que outrora tanto me decepcionou já não estava em minha conta de culpa. 


No dia seguinte eu me despedi com flores e palavras do passado e de qualquer que tenha sido o sentimento que senti algum dia. A certeza do adeus veio da decepção do fim de noite que não me afetou. Mas quando o vi partindo, ainda parada na porta tomei a decisão que me fez infinitamente feliz: “Você fica. Porque um amigo verdadeiro se faz quando o sentimento de amor vai embora”. Tenho um amigo que levo pra vida inteira, porque com ele também foi assim.

terça-feira, 3 de março de 2015

Carta Para o Ex da Minha Namorada



Escrevo pra contar que a cada passo que você deu pra frente ela andou pra trás carregando a dor e o desespero de uma relação condenada ao fracasso unilateral onde até o fim ela lutou por vocês dois. Escrevo para ter a certeza que você não se tornou mais homem quando a traiu, quando a machucou, quando a usou ou mesmo quando desfez os planos de um relacionamento de anos sem nenhuma consideração por quem dormiu tantas noites ao seu lado. Escrevo pra dar a certeza do clichê "o mundo dá voltas", Mas você só saberá/sentirá essa verdade quando chegar a sua vez e juntamente com sua certeza o arrependimento mais cedo ou mais tarde também virá. O que me leva a escrever pra agradecer o presente que você me concedeu ao deixá-la livre, pois agora o lugar vazio que você deixou sem razão foi ocupado por mim e por todas razões que possuo pra fazê-la feliz.

A mulher que você abandonou por motivos inexplicáveis e injustificáveis tem me surpreendido com sua garra, força, paixão pela vida e todos os sentimentos que apenas um bom coração possui, qualidades estas que você cegamente deixou ir embora sem reconhecer que tudo nela vale mais do que qualquer outro motivo que você um dia considerou importante. 

Hoje eu dedico esse tempo para escrever contando que apesar do coração partido, da insegurança, do medo, de inúmeras razões pra ela não tentar. Ela me escolheu. E então se tornou a dona dos olhos mais lindos que já vi e não há nada mais importante pra mim do que ver de volta em seus olhos o brilho de uma esperança única de quem agora encontrou o amor certo.  A ela dou a certeza eterna de que sua felicidade agora existe e veio a partir do momento em que decidiu acreditar novamente.

Assinado:
O homem da vida da sua ex-namorada.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Você Teria Ficado?



Você sempre teve um olho bom para as coisas que brilhavam, mas eu estava longe de ser tão preciosa assim. Você é um daqueles raros caras que escolhem as palavras certas, que tem o abraço que protege de tudo, o sorriso que soluciona os problemas mais difíceis.  E foi em busca desse sorriso que eu arrumava as malas com objetivo de falar o que mesmo sentido nunca foi dito. Todas as vezes que segurei seu rosto em minhas mãos foram com a intenção de não mais soltar, mas no fim de incontáveis viagens, o medo de perder, a insegurança de falhar, a covardia em dizer limitavam minhas atitudes. 

Sempre fui a garota que desiste fácil quando o assunto envolve sentimentos e disso você melhor que ninguém sabe, quantas vezes você já me incentivou a lutar? E o que você me aconselharia quando a luta é por você? Que faz parte da minha vida a mais tempo que posso contar mesmo sendo entre indas e vindas, finais e recomeços. Nossa história poderia ser contada pelo filme Um Dia onde os anos dos personagens principais se perderam em idades e eles só conseguiam se disfarçar em cada reencontro.

A distância pra nós se tornou nosso refúgio onde tudo aquilo que queríamos confessar podia ser escrito, mas nunca dito frente a frente. Tínhamos a coragem necessária apenas na saudade. Coragem que faltou quando a saudade deixou de existir do jeito certo. E apenas pra vê-lo sorrir eu desejei felicidade eterna omitindo minha própria infelicidade. Amar é isso então? 

Você e seus olhos singulares para as coisas que brilhavam, e foi por esses olhos que arrumei a mala por uma vez mais, enfim para conhecê-la. Quando eu aceitei que oportunidade de você ser meu passou eu finalmente consegui dizer o que ainda sinto e senti cada vez que te revia. Entre a pergunta que não mais me calou: Se eu dissesse que te amava, você teria ficado? 


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Vá Com Deus - Só Mais Uma Curta Carta

Texto escrito por Iandê Albuquerque


O que me arrebenta é você que não disse se iria voltar pro jantar. Tive que ficar aqui com uma esperança insuportável de te atender batendo em minha porta. Saí por aí procurando os melhores cheiros e os melhores gostos do dia pra pôr na mesa e te servir. Você disse que não gostava mais do meu cheiro e que, eu já estou sem tempero. Você saiu sem dizer se ainda me quer, se ainda me ama. Sussurrou um tchau de cabeça baixa e seguiu levando boa parte de mim embora. Me cortou só de me virar as costas, fechou o meu tempo só em trancar a porta, me tirou tudo só em ir embora. Eu tenho coragem de ainda jogar minha conversa toda fora, de cuspir tudo de mim e pôr em cima da mesa pra você catar o que te mais agrada. E se nada te agrada eu me esvazio e me encho de você. Eu sei que o abandono é isso. É a pior maneira, é a maneira mais baixa, mais fraca, mais roca de dizer que não ama mais o outro. Não é difícil entender, mas dói entender isso.

Você me deixou na mão, não se importou com meu sofrimento, não me ligou, não me atendeu. Você se entortou todo pra me apagar do seu quadro, mas não disse nada. Me deixou sentado te pedindo pra me ajudar resolver os meus problemas e minhas tarefas de casa. Te implorando pra não me deixar sozinho com cálculos que eu não saberia resolver, com equações que não saberia lidar, com a opção de marca X em alternativas corretas sem saber quais seriam as corretas, esqueci tudo. E você não chegou pra bater no ombro do meu desespero, não acalmou minha dor. E quando alguém não acalma a tua dor é dolorosamente uma forma de dizer tudo. De explicar sem falar nada que não te quer mais, que não tá mais afim, que está de saco cheio de você. Deixamos os desentendimentos entre vírgulas e vírgulas tantas vezes e nunca demos um ponto final em nós. Me costurei com tuas desculpas e usei nossas conversas boas como rémedio para aliviar certas dores. Me bordei em você. Te usei como bobina de oxigênio. Mas era você o motivo do ar que me faltava. E você me deixou aqui, sentindo exatamente isso, sem ao menos ter te ouvido dizer.

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Iânde Albuquerque é Recifense, 23 anos, apaixonado por cafés, seriados e filmes de romance, mas ama cervejas e novelas se houver um bom motivo pra isso. Dramático, intenso e extremamente intuitivo. Confira mais textos do autor em seu blog pessoal iandealbuquerque.com.br