A Garota do Blog

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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Você Não Me Conhece


Vidros se quebram. Meu coração não mais. Todas as portas e janelas fechadas por você me apresentaram novas opções de fuga. Eu tive que aprender sozinha a suportar a solidão, a encarar o nada que me restou, a enfrentar as noites de insônia, a suportar os gritos na minha mente mesmo quando inconsciente. Todos aqueles pesadelos, reviver você como se ainda me pertencesse. Tive que lembrar como ficar em pé novamente depois de ter sido desestabilizada pelo fim das mentiras que contou. Você não chegaria nem perto se tentasse imaginar como foi recomeçar com tantos cortes. Eu quase enlouqueci com a dor da perda. Tive que acordar todos os dias com o vazio do lado esquerdo da cama, o silêncio na cozinha e em todos os espaços que você preencheu. Cada canto da casa foi testemunha da minha inércia. Parecia cedo demais pra esquecer. 

Cristais se quebram. Minha alma não mais. Não depois de me reconstruir. Não depois daquele leito de hospital se tornar o limite. Foi de lá que vi todos os que amo fecharem a porta depois que repeti que não precisava de ajuda. Sempre orgulhosa com os outros, mas nunca com você. Com você ou por você eu só sabia deixar meu orgulho no chão. Perdi a noção da diferença entre luta e humilhação. Quando dei conta que me tornei tudo que eu criticava naqueles que não conseguiam superar o fim de um relacionamento decidi me reencontrar. Sozinha. Porque o primeiro passo era me acostumar com minha própria companhia. Voltei pra casa e coloquei meu mundo no lugar. Cortei os cabelos, mudei a cor e a vida. Fiz do vermelho a cor do meu recomeço e apresentei um rosto diferente na manhã seguinte. Não contei o tempo, mas senti quando o inverno virou verão na luz do dia tão violeta. Quando o sol aqueceu meu coração fiquei em paz. Contei meus sonhos e segredos pra um estranho que disse que nada é impossível. Então voltei e larguei o passado na lata de lixo que o pertencia

Orgulho é como espelho. O seu finalmente quebrou. Mas você ainda é incapaz de compreender o que digo. Você supõe que vindo até aqui vai encontrar redenção, remissão, perdão? Vai encontrar a garota insegura, frágil ou hesitante que você deixou pra trás? Porque isso explica o cuidado com o qual você me procurou. Silêncio. Não há vestígios de algo que um dia foi amado por mim. Não há qualidades que poderiam ser novamente amadas. Você é uma caixa ambulante de defeitos e maldade. Você me faz rir com todo esse arrependimento e curiosidade sobre meus recentes laços afetivos. Você me deixou sem nada. No entanto, quem não tem mais nada também não tem medo, concorda? Você merece meu enorme obrigada. Essa força, essa consciência do que mereço e de quem sou, essa segurança e firmeza no olhar e nas palavras, tudo isso foi graças a loucura e o caos que você me fez enfrentar. Meu lado sombrio foi assustador, mas aprendi a brincar com meus próprios monstros noturnos. Não foi apenas sobrevivência. Foi prosperidade. Mas você só vai conseguir entender minha verdadeira felicidade quando deixar de achar que meus sentimentos são seus. Você pergunta o que pode fazer por mim ou por nós. Você não me conhece, então que tal desaparecer? 



domingo, 25 de setembro de 2016

Seja Egoísta


Vou contar um segredo: As pessoas egoístas são mais felizes. Calma, eu explico, não falo daquele egoísmo de conseguir felicidade e realização pessoal fazendo o próximo de escada. Há várias definições de egoísmo, sério, só jogar no google, dessa forma há entre estas a que diz que o egoísta é quem coloca seu amor próprio em primeiro lugar. Certo. É dessa definição que parte a minha teoria de felicidade. A prática constante de atender e executar a vontade sem se importar com o que o vizinho, o colega, o amigo ou até mesmo o desconhecido vão pensar, julgar, comentar.  O mundo não é uma competição de quem tem a vida perfeita, mas o ser humano ainda se considera um ser divino com o poder de julgamento e sob esses olhares você vai errar, vai tropeçar, vai fazer escolhas erradas, vai tomar decisões que não agradarão a todos, vai perder amizades e amores, algumas vezes terá culpa, outras não. Vai se arrepender, embora diga que não. E como você enfrentará tudo isso?

Sendo egoísta pra aceitar e conviver com seus erros, seus tropeços, suas escolhas e suas decisões. Sendo egoísta pra entender que pessoas entram e saem da nossa vida e os amores precisam partir pra outras possibilidades de amor chegar. Então abra os olhos, há mais ao redor do que você consegue enxergar com essa visão limitada de quem precisa corresponder as expectativas alheias. Expectativas de pessoas pequenas só irão diminuir você. Portanto, seja egoísta, depois de grandes e turbulentas decepções você se sentirá sozinho, acredite, eu sei bem. Mas já te contaram que na solidão há lucidez? Há momentos que serão necessários viver um pouco de solidão mesmo.  Para os de mente fechada, solidão pode ser sinônimo de rejeição ou um imenso vazio. Para os de mente aberta, solidão significa o momento vivenciado com nosso próprio eu pela busca de um sentido existencial para a vida.  É na solidão que você descobrirá que a felicidade está além do que podemos tocar e a paz de espírito só poderá ser encontrada dentro de você. No entanto, para vivenciar essas descobertas você precisará desenvolver o equilíbrio entre o corpo, a mente e a alma. A harmonia dessa tríade permite o conhecimento interior e a sensação do que chamo de positividade. Você já conheceu alguém rico em energia positiva? São pessoas completas de luz. 

Essas pessoas guiam, iluminam, aquecem, acrescentam, somam, fazem o bem, você se sente em casa apenas por estar perto. Elas te impulsionam, curam e vivem o egoísmo como uma forma de se observarem e assim serem melhores para o outro. Nunca perca essas pessoas. Se mantenha ao lado delas e seja também egoísta o suficiente pra dedicar um tempo a você, pois é somente quando estiver sozinho que conseguirá entender o verdadeiro significado de liberdade, o processo para este fim é lento e demorado, mas você chega lá. Amadureça sua mente pra deixar que outros conhecimentos sejam absorvidos. Seja autentica. Mas parta do ponto que autenticidade é desprender-se da ideia de que ser ou estar sozinho é abandono e vergonhoso. Use sua mente pra aprender a curtir sua própria companhia, em qualquer lugar, sob qualquer olhares, alimente seus sentidos com o que você gosta seja ouvindo música, lendo aquele livro do escritor favorito, compondo, escrevendo, fazendo atividades físicas ou estudando. Você quem escolhe as práticas necessárias para desenvolver o equilíbrio da sua própria tríade. 

Quando aprendi ser egoísta encontrei equilíbrio estando sozinha seja em casa fazendo meus próprios mapas mentais aceitando tudo o que chega, se vai ou que ainda nem aconteceu; Seja sozinha em um bar ouvindo a banda dos meus amigos que sempre tocam minha música favorita que implora por um daqueles solos de guitarra bem longos quem realinham a alma. Quando me tornei egoísta aprendi a silenciar pra me ouvir mais. Aprendi a ser paciente e deixar as coisas acontecerem confiando na vida. Aprendi que o amor é o que sou e o que posso transmitir. Aprendi que oração não é só um texto batido e sim uma conversa sincera do meu coação com Deus. Quando aprendi a ser egoísta entendi que a opinião alheia só me importa se for pra lembrar quem eu sou. E me conhecendo poderei julgar se estou ou não desviando do meu caminho.  Quando aprendi ser egoísta tive a certeza que pra conseguir seguir em frente é necessário deixar livre o que ficou pra trás. A solidão não é inimiga. Você precisa de um pouco de solidão e egoísmo - amor próprio - pra se descobrir. Pra se encontrar. Pra se amar mais. Pra viver mais. Sentir mais. Você só precisa estar disposto a abrir sua mente. 



domingo, 18 de setembro de 2016

Nas Curvas da Estrada



Os anos passaram e os e-mails se perderam. Não ficaram fotos e a memória não foi forte o suficiente pra manter nítida aquela história no coração. Então pergunto: Tem lembranças? A distância percorrida desfez os planos, a despedida inexistente deu a esperança que tão logo seríamos reencontro. Seis anos é o tempo que tem aquele enorme presente de natal, tanta questão em dá-lo antes de partir, não fez sentido se a felicidade por ganhá-lo não pôde ser dividida. O avião que atravessou o país, o carro que cortou a cidade na madrugada pra viver um único dia. Existem inúmeras formas de se confessar o amor, no entanto, cometer loucuras é e sempre será a forma mais bonita. 

Foram palavras de promessas por anos, paixão não sobrevive de frases feitas, não há dúvidas do amor, o amor fez mais do que podia, mas a vida quando quer ser contra, vontades são inúteis. As vozes trêmulas de saudade eram detalhes que insistiam em querer se fazer presente e estar perto chegou ao nível máximo do impossível. Separados pela infinita estrada, longos quilômetros, viagem cansativa demais, era aquele o fim não dito. Foi o eu te amo mais sussurrado, o abraço mais cúmplice e demorado. Era o fim. Falas não eram necessárias. O aeroporto cheio de gente desconhecida testemunhava o ultimo beijo na testa e o se cuida carregado de desejo de se verem outra vez. 

Embora os anos passem e a pasta de e-mails tenha sido excluída é difícil apagar um amor complicado por seus caminhos desiguais. A chegada trouxe a primeira paixão vivida até o limite. Ou mais além. Foi amor demais sem juízo. Pra experimentar o sabor do que é novo aprendemos a ser discrição. A mais perfeita discrição nos manteve ilesos. A partida o levou, mas manteve a promessa de que não saberia quando a separação fosse o melhor para os dois. Mesmo estando ali, ignoramos por completo o clima da despedida, com isso a ponta solta da espera permaneceu, mas desapareceu quando nossos aviões pousaram em lugares totalmente diferentes e eu nunca mais soube qualquer notícia do seu último destino, assim como da sua vida. Há lembranças aqui sim e elas aparecem sempre que algo as despertam. Se cuida só é dito pra quem queremos cuidar e não podemos. E de 2010 pra cá ainda continuo odiando despedidas, elas me lembram o quanto foi difícil não morrer mil vezes sempre que me recordasse do amor que nem sei se um dia vou consegui esquecer. Então só posso evitar. 







quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Desculpe o Transtorno, Preciso Falar do Meu Ex



Conheci o ex na loucura do carnaval desse ano. Eu era a garota fantasiada de Katy Perry com cílios, maquiagem e cabelo azul andando de um lado pro outro, dançando, rodopiando, cantando que se a bendita canoa virasse ainda assim eu chegava lá. Carnaval é isso: Diversão, alto astral, trenzinho, paquera, inúmeros brindes, copos de cerveja e filas dos banheiros imensas.  Na espera pela minha vez olha lá o moço bonito atrás de mim. Ousei dizer sem o conhecer o quanto seus olhos verdes eram lindos. Ele só riu - Não sei se da peruca, do elogio ou porque me achou louca. Tempos depois descobri que ele me achou maluca mesmo (risos!). Começamos a conversar sobre gostos musicais esquisitos e para nossa alegria ele compartilhava a mesma fascinação por Legião Urbana. Papo vai, papo vem e beijei o moço, pedi desculpas depois, mas ele meio que gostou então foram vários beijos no meio daquele gente toda. 

- Não vamos estragar tudo trocando telefones - Eu disse.
- Como eu acho você?
- A gente se esbarra por aí.

Ele me achou. No dia seguinte apareceu lá em casa. Foi estranho ele me ver sem peruca. Me senti a própria Vivian (Julia Roberts) em Uma Linda Mulher. Convite aceito. Vivemos uma tarde perfeita. Daquelas que você descobre infinitas afinidades em diálogos imprevisíveis. Não existia pessoa mais desapegada que eu. Tudo era passatempo e diversão. Três meses depois continuávamos nos encontrando. Ligações intermináveis pela madrugada. Insistência para que eu fosse vê-lo por 10 ou 20 minutos quando meu corpo todo era cansaço do trabalho. Era sempre "não é nada sério", "não há nada demais entre a gente". Até ele amanhecer na minha casa e eu anoitecer na dele. Incontáveis vezes. Foram intensas idas, vindas, discussões e pazes feitas. Perdi a conta de quantas vezes o vi me esperando pra conversar. Tivemos várias brigas por telefone. Várias tentativas de acertos. Aí chegou a fase das mudanças repentinas: os sumiços, o "tô sem tempo", "a gente se fala amanhã', ou "a gente se vê quando der". As desculpas se tornaram insuficientes e insustentáveis. Enquanto me dava conta de que queria mais ele desfilava com outra ali e outra lá. Toda semana uma nova versão das descrições de alguém vista com ele que a propósito não era eu. Decidi dá um tempo e viajar.

Era o quarto mês. Duas semanas sem vê-lo. Ele ressurgiu dos desaparecidos contanto histórias sobre seus arrependimentos e sua enorme saudade. Disse que estava pronto. Exposto. Trouxe nas mãos propostas de recomeço. Mais uma vez. Dessa vez seria apenas ele, eu e todo o futuro que me oferecia. Impus condições ao esclarecer sobre meus dias de chuva nos olhos. Ele insistiu em segunda chance e dei créditos a ele por sua coragem sendo ele tão orgulhoso. Cinco horas de conversas sobre minhas desconfianças, enfim ficamos bem. Esqueci o passado e os erros. Nos comprometemos a ouvir, a cuidar, a estar presente, a ajudar no que fosse preciso. "Eu não sei se gosto ou se realmente amo você" - Ele disse depois de preparar um jantar romântico com direito ao meu prato favorito que somente ele sabe a receita. Voltamos. Firmes e fortes, Em duas semanas fomos o casal perfeito de comerciais onde o homem leva café da manhã na cama, te abraça no meio da noite, apaga a luz, mas antes de dormir pergunta como foi o dia. Onde a mulher te coloca no colo pra ouvir seus problemas, te faz sorrir ao ensinar aqueles passos de dança, canta pra te acalmar quando tudo em volta parece desmoronar. Aqueles casais que passam o domingo na cama e conversam sobre seus exs e acham graças das coisas bobas que fizeram por pensar que era amor o que sentiam. Ingênua. Tínhamos tudo pra dar errado. E demos. Quem tem no destino ser canalha não muda facilmente.

Ele me deixou. Brigamos quando os problemas resolveram me inundar de uma só vez. Brigamos no único dia que eu mais precisei do seu apoio. Brigamos pelo que considerei tolice, besteira, criancice, imaturidade. Brigamos quando no meio da briga eu implorava que ele não fizesse isso comigo. Não de novo. Mas ele foi cruel. Tanto nas atitudes quanto nas palavras. Depois desse dia só nos falamos quando apareci pra buscar minhas lembranças na casa dele. Tentei trazer ele de volta através das possibilidades que inventei. Ele já tinha partido de mim há muito tempo com a ajuda daquela amiga que nunca gostou de nós juntos. Foi o meu inferno. Não vou me repetir sobre a escuridão dos dias seguintes e de como aprendi a silenciar em toda e qualquer situação. Ele me condenou a insegurança, a insensibilidade, a indiferença e a uma enorme vontade de jamais me deixar perder a razão novamente. 

Mas querido ex, me desculpa.
Esse texto é pra dizer que não deu. Achei que fosse doer pra sempre. Não doeu. A dor? Essa tem prazo de validade. E venceu. Achei que sofreria por mil luas, mas as noites viraram confidentes. Pensei que não haveria recomeço. E houve. Não sei dizer o momento que você desapareceu, o que sei foi que te revi e o frio não estava mais aqui. Foi mal ex, me interessei por outro, na verdade outros. Eles foram incríveis. Tão incríveis que me mostraram o quão babaca você foi em perder uma mulher singular, rara, especial, diferente, divertida, riquíssima em valores e inteligência (risos!). Dia desses falei sobre você. Assunto normal. Conversávamos sobre nossos exs e as coisas bobas que fazemos por pensar que é amor. Eu ri. No fundo você sempre soube, não é? Aquele apelido carinhoso de "cabeça virada"era a prova de que você sabia melhor que ninguém da minha inconstância em sentir tanto e depois não sentir nada.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Eu Te Quis Moça


Eu te quis moça. 
Um querer que começou e não percebi. Um querer de coração contido e calmo. Um querer simples, doce e fácil. Eu te quis pra colocá-la em meus braços, vê-la adormecer sob o carinho do meu colo em noites de pingos de chuva no telhado. Você tinha mistério na personalidade e um medo que se não visto com olhos atentos passaria despercebido por trás desse disfarce de moça segura que sabe o que quer, mas na verdade não sabe o que fazer com tantas opções na sua frente. 

Eu te quis moça.
Naquele aperto de mão desajeitado, naquele abraço apertado que me dava uma vontade danada de cuidar de você, de saber as histórias sobre como chegou até aqui tão serena por fora e ao mesmo tempo tão confusa por dentro. Eu te quis nas mensagens de boa noite, você não viu? Eu te quis nas ligações que não atendeu. Você por motivos desconhecidos não me deixou entrar pra te mostrar o mundo lá fora. Insisti em te querer bem. Insisti em te fazer entender que do meu lado você não precisava segurar as minhas mãos, não até se sentir segura. 

Eu te quis moça.
Pra se aventurar, pra te escrever na minha história, pra ver no que ia dar, pra não planejar. A gente só precisava ir e se deixar levar. Você estava frágil e insegura. Fazendo coisas que não disse. E dizendo coisas que não tinha intenção de fazer. Tudo foi encenação, teatro perfeito. Me pergunto quem você queria impressionar? Ou o quanto você queria esconder? Ou se eu quem estava querendo a moça que não valia o esforço e as boas intenções. No entanto, quero deixar claro que te quis moça. Mas você se fechou e me deu a certeza de que é preciso muito mais que um querer. É preciso coragem pra se jogar. A coragem que te faltou nos momentos de indecisão e incerteza. Você, pequena, não se permitiu viver.

Eu te quis moça.
E a espera cansou minha vontade. Não importa o que você faça ou diga agora. 
É tarde. Outra me quis por você. 




segunda-feira, 12 de setembro de 2016

E por que tô solteira?




Sim. Tô sem alguém. Com ninguém. Curtindo, me descobrindo, me refazendo, me apaixonando pelo momento, pelo instante, pelo segundo bem aproveitado, bem vivido, celebrado, realizado. Tô sozinha. Desacompanhada, mas não perdida. Tô solteira porque essa é minha única certeza pro agora. Decidi depois de tudo dá um “time” pro coração aliviar a pressão e recuperar o fôlego. Parei de correr, de querer apressar o futuro atropelando o presente. Parei pra ficar quietinha admirando com paciência o que acontece a minha volta. E aí vi meio que em câmera lenta inúmeras oportunidades  de conhecer outros rostos, de sorrir com outros sorrisos, de me divertir, de ser independente, de me vestir simples, fazer um coque no cabelo e me sentir a mulher mais linda pra viver enquanto a vida tá passando, o mundo tá girando e o dia tá anoitecendo.

Tô por aí fazendo escolhas, descobrindo que o amor é bem mais que um sentimento por outra pessoa. O amor é tudo que é intensamente sentido e que te faz extraordinariamente feliz seja por horas contadas. Tô por aqui doando meu tempo, embora as vezes o perdendo, mas não seria essa a primeira e nem a última vez, seria? Lembrei do carinha de 2013, aquele com o coração estilhaçado que não tinha nada a oferecer, ainda assim segurei forte a mão dele e o levei pra se aventurar em noites de shows e tequila. Curei suas feridas e fiquei assistindo confusa quando ele resolveu voar mais alto me deixando pra trás. Meses perdidos, mas usados em beneficio de alguém. Nunca me importei em ajudar com dores alheias. Sou boa ouvinte. Tão boa que tenho alegremente ouvido meus próprios batimentos, estes me dão a certeza de que estou viva o suficiente pra permanecer nessa onda gigante de calmaria, tranquilidade, fé e positividade.

Essa fase de reconexão com aquela garota de cabelo azul que pulava carnaval antes de chegar a fila do banheiro e conhecer seu futuro desastroso tem sido uma viagem e tanto. Aos poucos as velhas crenças malucas estão retornando e no caminho do meu reencontro comigo mesma fiz sem planejar três coisas iguais: Entrei em um avião pra viver dias de luz, conversei mais de 5 horas com aquele melhor amigo que me empresta seu tempo 2 a 3 vezes por ano. E, beijei com intensidade aquele moço de sorriso perfeito, jeito educado e voz que me causa arrepios. Ele é um daqueles presentes da vida que a gente vive e depois guarda na lembrança sem compromisso. Estar solteira é ter a liberdade de escolher onde seus pés irão pisar ou fixar. Pro agora só quero caminhar. Devagar. Sem pressa. Curtindo cada página em branco que escrevo e deixo pra trás. Só peço fé, sorrisos, força e que o horizonte me traga dias de felicidade que ainda tenho pra viver em 2016. E agora? Você acredita que tô solteira? (risos!).

domingo, 11 de setembro de 2016

Sobre Diálogos, Conversas e o Quê Mais?



Relações desmoronam por desconfianças e ausência daqueles papos legais antes tão frequentes. O erro de não perguntar é fatal. O erro de tomar decisões baseadas no que os outros te contam é cruel. Toda essa gente espalhada não vivem sua vida e nem se importam com sua felicidade. É quase impossível querer ouvir explicações quando achamos que a suposta verdade é o suficiente. Você dá crédito aos comentários, as fofocas, mas o beneficio da dúvida fica onde mesmo? Fica lá, esperando que alguma pergunta seja feita. Esperando que seja questionada quando já sabe que aquele sumiço repentino é o resultado do julgamento sem direito a defesa. Pois bem, que seja. 

Gente que pensa que sabe por aparências não sabe de nada. Não sabe o que se sente, não sabe as lutas diárias, os conflitos, os desejos, não sabe sobre pensamentos, só sabe o que vê e o que vê é pouco demais pra  saber realmente. Gente que vira as costas, que desaparece e some não valem o esforço de nos mantermos perto.  Carinho, gratidão, preocupação ou qualquer sentimento bom são intenções sinceras desenvolvidas por quem re-conhece o valor de tais. Acha então que pode compreender tais intenções se não consegue praticar nenhuma? Se alguém que já não corre do seu lado escolher partir, deixe ir, não impeça, nem seja aquele que peça que fique. Não se fica por pena, muito menos por conveniência, que triste é manter alguém ao seu lado por carência ou apenas costume. Os que realmente permanecem são os que merecem sua atenção, apego e cuidado. Fique e se faça presente quando o outro também o fizer. 

Quer manter saudável suas antigas e novas relações? É simples. Faça perguntas. Sempre. Faça perguntas quando precisar urgentemente de respostas. Quando as respostas forem tudo que você precisa pra seguir em frente. Não tenha receio e nem medo do que ouvirá. Dê ao outro a sensação de ser importante ao saber que você espera sinceridade. Lealdade. Confiança e Amizade. Há inúmeros caminhos que podem ser abertos por diálogos, por conversas abertas, por papos descontraídos. Afinal, a verdade não quebra pessoas e eu também não conheço seres humanos feitos de vidro. Só há aqueles que não sabem lhe dar muito bem com a verdade, mas ainda assim garanto que se não sabem aprendem a recomeçar a partir do que não esperavam escutar. Seja esse recomeço com ou sem o outro.  Pra ser justo e pra fazer a escolha entre acreditar ou não você tem que ouvir o outro lado. E isso é relação.




sábado, 10 de setembro de 2016

Um Dia




Quatro meses. Tempo mais que suficiente de inconsciente espera. As setes chaves que abriam aquela caixa bonita estavam divididas, metade comigo, metade com você. Apenas nós sabíamos sobre o nada nela contido e sobre como a metafisica explicava o porque do nosso "nada" ser tão intenso, brilhante e especial. As energias que se atraem, acaso ou mesmo o destino fizeram acontecer. Na correria de dias cansativos você me reencontrou e acredite: Reencontros de olhares podem ser mais fortes que qualquer palavra dita, mas é preciso um nível elevado de cumplicidade, o que estranhamente a gente tem. 

Nada além de nós. Ninguém além do nosso segredo. Nenhum olhar atento na nossa vontade. É fácil fugir quando o mundo não tem conhecimento do que acontece, é simples dizer sim quando se sabe que só sentimentos bons e recíprocos podem ser completamente vividos. Eu já não consigo imaginar uma vida sem esses momentos mágicos de tirar o fôlego. Ser queimada pelo prazer intenso é a sensação de experimentar algo que não pode ser comparado. Isso é o suficiente pra nos manter conectados na distância e no silêncio. 

Não se pode ir contra quando viver o êxtase é tudo que se quer.  Vício de pele é se jogar sem medo em beijos longos de saudade, um egoísmo denso de pertencer sem medo a quem sabe o valor de fechar os olhos e apenas sentir o tudo: O seu perfume espalhado no meu corpo, o seu cabelo molhado puxado pra mais perto pelas minhas mãos, as mesmas mãos que com urgência seguravam você tão forte imaginando como seria se eu jamais tivesse que soltar.  Pensei em infinidades de possibilidades enquanto atentamente e calada ouvia sua voz - Eu sempre gostei do seu timbre de voz. Havia tanto pra te dizer, mas silenciei. Aprendi que quando há muito a falar o melhor é optar pelo silêncio. Ser racional é nunca deixar se perder. E dos seus braços foi muito difícil sair sem olhar pra trás. 

Juntei o cansaço e felicidade do fim das 16 horas e me sentei em um bar. Pedi cerveja pra me acompanhar enquanto ouvia aquela canção e pensava nessa semana. Você veio novamente como sol que ilumina e aquece.  Se tornou a minha pessoa rara e dono da saudade mais bonita. Me presenteou com aquele elogio singular "Sua inteligência me atrai" - vou lembrar constantemente disso. Na minha intuição esse foi nosso último reencontro, mas a você dou a certeza de que o  nosso nada ficará intacto na caixa a sete chaves que eu guardo mais uma vez.

Os amigos que chegavam perguntavam o que eu fazia ali bebendo sozinha?
... Sorri tão feliz, mas tão feliz. 
- Comemorando a Perfeição de Um Dia.