Cuidado comigo eu não sou nenhum santo.
É tudo para sempre mas só por
enquanto
Certas palavras dizendo o oposto.
Vendi a minha alma pra me ver
no seu rosto.
Pela milésima vez: Foi amor. Daquele que te puxa, te envolve, te consome, te machuca, te faz feliz e te faz sangrar – tudo ao mesmo tempo. De uma só vez. Foi amor e cada passo em direção a essa felicidade fez da garota altruísta uma pessoa completamente perdida, desequilibrada pelas emoções. Foi amor indeciso, revirado por madrugadas e por noites mal dormidas. Foi amor consumado por ligações carinhosas que a viciaram dia após dia deixando enlouquecer pela abstinência desavisada. Foi amor até o dia 1080. Foi amor até ela tomar a terceira bebida, sufocar mais uma vez, perder a segurança, jogar a esperança na pia de um bar, ir pra casa e desligar o celular por duas razões: 1) Medo da resposta. 2) Fingir que não aconteceu. Três dias seguidos e o amor se enterrou quando por coragem ligou o aparelho, não havia ligações perdidas e nem mensagem recebidas. Certa atitude quando não tomada para atender a expectativa de quem a espera dói mais que uma palavra ofensiva pronunciada. De presente apaixonado ela passou a ser nome não pronunciado. Na insanidade que vivia podia ter ido atrás, mas na hora da escolha achou em garrafas coloridas um caminho melhor a seguir. Ela não é inocente, sabe que a mesma cavou a cova do que costuma dizer que foi amor. Dizem que depois da meia-noite ela enviou despedida, cortou o cabelo e sumiu no mundo pra viver um par de três em dias de verão e noites de inverno sem pensar muito no amanhã que por hora deixava sempre esquecido no dia anterior.