A Garota do Blog

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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Contar Pra Quê?




Encontrei um bilhete no bolso da sua camisa e também seis recibos do mesmo motel em datas diferentes. Se ambos pedaços de papéis não estivessem em minhas mãos seria impossível acreditar em tamanha e dolorosa traição. Sentei meio atordoada e ali fiquei por tanto tempo que perdi a noção das horas. Eu poderia fazer um escândalo, iniciar uma briga, enfiar a mão na sua cara com a força da minha raiva, mas de quê isso adiantaria? Só me traria mais dor e aumentaria a dimensão do meu sofrimento. Você me conhece, não conhece? Discussão não faz meu tipo e nesse caso abro mão de um diálogo insincero, irracional, cheio de lágrimas, desculpas e historinhas inventadas. Não dá. É demais até pra mim. O estrago tá feito e devo aceitar a insuficiência da nossa relação pra você. Não vou me torturar ainda mais buscando respostas ou motivos que levaram você a se perder por ela. Ou elas, vai saber. 

Eu tô tentando não imaginar você com outro corpo que não o meu. Eu não quero imaginar. Não quero saber como ela é ou como vocês se conheceram. Me recuso a questionar se ela sabia de mim. E se sabia, como pôde aceitar você? Disperso os pensamentos. Eu sei bem o quanto você pode ser misterioso, encantador e adorável. Só não sei o que ela daria que não dei a você. Dei tudo de mim. meus anos, minha juventude, minha escolha, nossos filhos, uma vida, meu sim, meu cuidado, apoio, carinho e o meu coração. Casei com o homem por quem me apaixonei e amei de diversas formas. Ao seu lado tornei meus sonhos reais. No entanto, não posso basear minha decisão nesses fatos. Sou orgulhosa demais pra aceitar na cama que nós dividimos um homem que se divide entre ela e eu. Como todo casal nós cometemos inúmeros erros e superamos juntos, porém você sempre soube que a traição aos meus olhos é um pecado imperdoável. Não vou perdoar.

Levanto decidida, calmamente seguro as malas e começo a arrumar suas coisas, roupas e objetos necessários. Sinto dor. Sinto tanta dor. A tristeza é cruel e essas lágrimas não ajudam. Mas respiro fundo, conto até três, respiro e continuo. Dentro da mala coloco nossas lembranças, nossa história, fico com a decepção e a minha decisão.  Acredite, esse é o último favor que faço a nós dois. Não vou perder meu tempo superando eternas desconfianças e dúvidas pra qualquer frase que sair da sua boca. Não vou me sujeitar a ficar acordada em madrugadas imaginando encontros ou reencontros durante suas viagens. Não vou me rebaixar procurando outros bilhetes. E principalmente não vou me humilhar procurando qualquer vestígio dela no seu celular. Ser racional é entender que eu não conseguiria viver entre idas e vindas com você. Nosso casamento seria um inferno de promessas quebradas. 

Você chega do trabalho como em nossa rotina. Suas malas estão prontas junto com o bilhete e os seis recibos adequadamente visíveis e posicionados. Parada na porta não consigo segurar o sorriso irônico enquanto você se reserva o direito de ficar vergonhosamente calado e sem ação. Pelo menos sei que sua atitude é a reação ao conhecimento que você tem sobre mim. Ou talvez seja a reação aos inúmeros lenços espalhados pelo chão. Não, não, nossos anos dividindo o mesmo teto dá a você o dom suficiente pra saber cada pensamento meu, cada passo e o porque da ausência de uma drama e um surto desnecessário. Ela agora é seu presente. Leva o guarda-chuva e vai. Uma noite por uma vida inteira foi a sua escolha. E o homem que faz essa escolha ou tem certeza do perdão. Ou tem certeza que pode viver sem a pessoa que definitivamente ele não merece. Boa sorte com a segunda opção.

Adeus. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Linhas


A canção que tocou na hora errada me fez lembrar de você. Você antes do fim. Uma lembrança que de alguma forma nasceu da minha tranquilidade de hoje em dia. Aumentar a música, fechar os olhos e me permitir alcançar essas memórias foi surpresa até para mim. Eu poderia renegá-las, expulsá-las, sentir raiva, rancor ou tristeza, mas não dessa vez. Eu aceitei as recordações. Todas elas me fizeram rir e entender o quanto você me fez feliz, tanto que em sussurros confessei estar apaixonada, o que era novidade para alguém tão relutante e fria como eu. Eu sei. Sei das qualidades que você viu aqui por trás do meu orgulho, do meu silêncio habitual e imutável, por trás do cuidado e preocupação e do meu jeito inusitado de comemorar teu aniversário. 

Eu contava 12 horas nos dedos pra te rever. Jantar preparado por suas mãos, conversas compartilhadas sobre nós e nossos planos, luz apagada pra viver você. Você e seus abraços quentes tão aconchegantes, tão protetores, tão perfeitos. Dormir com sua respiração no meu pescoço era enfim nossa hora feliz, lembra? Até as pequenas discussões divertidas sobre nossos exs e os possíveis pretendente se tornavam momentos engraçados. O tempo parava pra gente, não é? Sem mágoas, vontade ou desejo me atrevo a dizer que sim, sinto falta de você, do seu cheiro, sinto falta do fim de semana ao seu lado e até de lavar as louças com você me puxando por trás e beijando meu rosto. Teve vida e sol na nossa bonita relação. Teve chuva pra nos deixar ficar na cama e fugir do trabalho. O lado direito do meu lençol favorito ainda é meio vazio, mas não triste, agora ele lembra apenas de você puxando meus braços em sua volta me fazendo atrasar enquanto o alarme insistia em despertar. 

Os teus olhos ainda são nítidos repousando sobre mim enquanto me despedia com um beijo emocionado por não querer ir cumprir minhas obrigações profissionais. Sinto falta dos elogios que eu sempre recebia com bom humor. Os dias eram mais leves com você me enviando mensagens dizendo que ia continuar dormindo com o meu perfume que cobria minha ausência depois que eu partia. Como é bom poder saber que o céu de acinzentado virou azul celeste. Uma pena é perceber que é necessário um tempo imprevisível pra esquecer, superar a dor do fim e então poder ter essas lembranças com o coração calmo e sereno sem qualquer ressentimento. Esses pensamentos e sentimentos bons os quais envolvem minha vida e minha rotina me levam a acreditar que eu poderia ter encarado melhor sua decisão de terminar mesmo não concordando com seus motivos. 

Eu deveria ter desejado boa sorte e ficado em paz. Não, você não é uma pessoa ruim. Se fosse, eu estaria colocando em dúvida meu julgamento quanto as pessoas e me conheço bem pra afirmar que não me interesso por menos do que mereço. Você me fez incrivelmente feliz, meu sofrimento foi a prova disso. A prova de que nunca quis perder você. No entanto, linhas de conexão se perdem, se quebram, se rompem, danificam, se partem. E nós partimos e agora entendo que não havia mais nada sensato a fazer do que me deixar quando a paixão já não existia em você. Hoje eu consigo de alma limpa agradecer a você por isso. Um obrigada que talvez dure pra sempre. Ou pelo menos até essa música de letra bonita acabar. 


domingo, 9 de outubro de 2016

E Se Não Fosse...



Se o relógio tivesse despertado eu não teria perdido a hora. Se não tivesse chovido eu não teria chegado atrasada – Eu nunca me atraso. Se eu não tivesse parado no estacionamento para procurar as chaves. Se eu não tivesse desistido de tomar café para resolver os primeiros problemas da manhã. Se eu não tivesse me arrumado apressadamente para iniciar o plantão eu jamais teria aberto a porta no momento certo e esbarrado em você. Se seus papéis não tivessem sido espalhados pelo chão eu não teria encarado seus olhos e pedido desculpas. Se aqueles segundos não tivessem sido consequências de uma sucessão de fatos eu jamais teria te encontrado. 

Se não fosse a pressa das divisões do ano e as mudanças que em seis meses surgiram eu não teria sido encarregada da sorte de te rever. Se não fosse a lembrança daquele inesperado e desconcertante esbarrão eu não teria tido a chance de ser apresentada adequadamente a você. Se não fosse o toque das mãos seria impossível crer no sorriso mais bonito que recebi de presente em troca do meu desajeitado e atrapalhado “prazer em conhecer”. Se não fosse sua atenção voltada especialmente para o meu carinho, cuidado e disposição na correria daqueles dias malucos sua vontade jamais teria alcançado a minha. Se não fosse sua conversa sobre a tríade e as filosofias que tanto me impressionaram, mesmo você sendo tão encantador, eu nunca teria oferecido minha companhia. Se não fosse sua coragem, segurança e entusiasmo em me conhecer eu jamais saberia como teria sido pertencer a alguém como você. 

Se dentro de mais seis meses eu não tivesse me afeiçoado, me perdido por outra pessoa e depois me encontrado provavelmente não estaria pronta para te reviver. Se o mundo e as estações não tivessem se transformado não seria eu a mesma garota com quem você esbarrou sem querer. Se o relógio não tivesse despertado, as horas teriam me confundido. Mas dessa vez não. Dessa vez não me atrasaria para te receber. Porém, se não fosse a azáfama daquela manhã eu não teria perdido a noção do espaço e doado toda minha atenção de forma singular sem me importar com o que acontecia ao redor. Se não fosse a pressa você não teria me surpreendido ao se manter em pé silenciosamente atrás de mim, esperando pacientemente que eu me virasse e esbarrasse mais uma vez em você reencontrando seus olhos e sorriso acolhedor a minha saudade. 

Estando em seus braços não contei, mas ali, quieta em meio a uma felicidade infinita só conseguia escrever mentalmente todos os acontecimentos desde que nos topamos acidentalmente no corredor. Se as pessoas não planejassem tanto seus próprios passos talvez o destino pudesse assumir o seu papel de causador de fatos independente de vontades. Se não fosse assim não seríamos então a prova da existência do destino, sorte, acaso ou energia. Chame como preferir. O que é para ser seu, não se preocupe, será. Porque nós éramos de mundos completamente diferentes e ainda assim conseguimos ser apresentados pela vida da forma mais esdrúxula e impossível. Então, digo a todos que vivam e prestem atenção no agora, quando é para acontecer é simples, tem dia, lugar e tem hora.


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

É Dele O Melhor Abraço




– Olá estranho. 
– Olá desconhecida. 

E é assim que cumprimentam-se naquele mundo favorito que compartilham: O do Rock and Roll. Ele é o outro lado dela. O lado divertido. O lado maluco entre Natasha e Bete Balanço. O lado que imprevisivelmente entra em cena sozinho ou acompanhado sem importar. Ela nunca olha em volta. mesmo. Quem a vê sentada já sabe perfeitamente que ela aproveita até a última gota a alforria da vida corrida, da rotina cansativa de pessoas e suas conversas desinteressantes. Pra ele, ela é só a garota do bar e na verdade ela adora que seja assim. A complicada garota é mais ela ali do que em qualquer outro lugar e é na espera pela cerveja que ela deixa tudo pra lá, o que quer é apenas curtir e recarregar as baterias com tudo que o momento tem a oferecer.

Como a companhia dele. Ele sempre tem respostas prontas e bem humoradas. É alegre. Engraçado. Totalmente alto astral. Provoca sorrisos involuntários. Possui o melhor abraço. O que cura o tédio. Perto dele a energia é boa demais. Não houve noite sequer que ele não estivesse animado pra cantar, pra tocar, pra contagiar. O lugar que pertence definitivamente é o palco. Ele vive. É isso que ela admira, o sangue quente correndo nas veias de quem sabe gozar a liberdade da vida. Ele é assim. Sente o som, vai fundo e leva junto quem estiver ao redor. Perfeita definição de felicidade. Felicidade já dizia o mestre: "É só uma questão de ser". E os dois são. Cada um com sua loucura e de loucura, vai por mim, eles entendem bem.

Tão bem que em raros instantes de ousadia arriscam um dueto raro e por parte dela um tanto desafinado. Embora não conheça o passado, as dores e os amores dele é de olhos fechados que ela tem fé de que esse moço é capaz de fazer qualquer coisa. De ser quem quiser. De orgulhosamente escrever o seu destino. De ir além. De ultrapassar a barreira do próprio som. O mesmo som que liberta o corpo, alma e o temível amor, afinal quem melhor pra ser o porta voz do amor do que aquele que o transmite em forma de música? A música tem um poder imensurável, indefinível, incomparável. E incrível. Tanto a ponto de fazê-la acreditar em versos de que os loucos e exagerados amam mais. Por essas e outras é que ela é tão determinada e ele espontâneo. E se não fosse dessa forma seriam previsivelmente chatos e sem graça. Dos outros e até de si mesma ela sempre vai esperar e querer mais. E por que não dele também? O mundo é pra quem tem coragem. E de uma coisa eu sei, medo ele não tem.

domingo, 2 de outubro de 2016

O Máximo de Nós Dois


Pensamento positivo e as melhores expectativas. Eles esforçaram-se e na décima tentativa tornaram-se enfim a parte real do presente. Hora marcada que deu certo. Mensagem que chegou e ligação feita para não se perderem. O tempo parou para dar uma chance as suas vontades. O destino deu trégua e permitiu um espaço para serem conversa sem interrupção, pra serem dança e confissão. Transformaram-se em cúmplices de uma noite perfeita. Espera que valeu cada desencontro e cada desentendimento. Espera que valeu cada segundo do momento em que viveram um ao outro. Eles foram desejos saciados, foram prazer alimentado entre beijos e abraços em uma madrugada radiante. 

Nada se compara a intensidade da respiração de duas pessoas que ambicionam se pertencerem. Você consegue sentir o medo não antes, mas durante. O medo está nos dedos que agarram com força o que não pode te pertencer. Já sentiu? A mão percorrer o cabelo, o pescoço e segurar com determinação um abraço quente que em meio a um silêncio de réus seria incapaz de permitir o fim. Haveria sempre a lembrança da inquietude, do ritmo acelerado, da inspiração ofegante, do beijo ardente e aguardado. Haveria consequentemente a recordação dos gemidos e voz urgente prontificada em pedir mais por favor – Por favor só se pede quando sabe que a vida não dará oportunidade de viver a mesma mágica uma segunda vez. O gosto do sal do suor tem sabor diferente quando o querer é reciproco. É vinho envelhecido bebido até a última gota em uma entrega despida de qualquer pudor, indecência ou desonestidade. 

Dessa vez o relógio esperou por eles. Deitados sobre o cansaço divertiram-se com os segredos compartilhados, as afinidades trocadas e a segurança que os encobriam das desconfianças do mundo. Isolados em um quarto escuro amaram-se mais uma vez entre a calma e o romantismo, sem pressa, aproveitaram os pequenos detalhes como alguém que se vicia no sabor que sabem que não mais sentirão. Sabem que não irão esquecer. Sabem que o desejo quando está no sangue e não mais na pele parar é praticamente impossível. Sabem que o desejo ébrio pode ser inevitavelmente provocante, desafiador e perigoso, tão perigoso que se torna irresistível. Eles dois sabem que se persistirem em continuar não terão limites e talvez por saberem que fizeram dessa última tentativa a memória perfeita do prazer absoluto. E eu talvez por saber que serão incertos pela eternidade é que transformei em escrita como seriam se o destino não complicasse tanto seus planos. O perto é inexistente e talvez a sina deles seja realmente ficar um sem o outro. Não são pra ser. E não foram.

E quando você se foi eu aceitei que a imaginação é o máximo que terei de nós dois


No Fim Todo Mundo Mente



Fui contratada como antiga cortesã, o objetivo era fazer de seis meses o tempo necessário pra você me amar. Eu deveria fazer você passar por todas as etapas de um relacionamento: A magia da conquista. O inevitável desejo. A insana paixão. A loucura do ciúme. O confesso amor. A dor da traição e o sofrimento por não ter mais o que um dia lhe pertenceu. A descrença no amor por minha parte foi o que fez de mim a pessoa qualificada para realizar o que me foi pedido. A contratante sabia melhor do que qualquer um sobre meus passos sem rastros por lados que eu jamais admitiria. Ela sabia do meu histórico pesaroso de desencontros e sumiços. Ela não revelou suas intenções o que não me causou desconfiança alguma, faz parte das minhas regras nunca fazer perguntas. 

Fui designada para fingir, mentir, omitir e fazer o que estivesse ao meu alcance para você acreditar na sua enorme importância em minha vida. Fui orientada a implorar, pedir por favor, por nós ou mesmo por mim até te convencer que o amor existe, que coragem é preciso e que eu poderia amá-lo sem limites. Eu sorri falsamente, eu rir das piadas sem graça, eu beijei de olhos abertos, eu abracei sem sentir, eu baguncei tua cama, teu armário, tua cozinha. Eu desarrumei toda tua vida enquanto lá fora eu permitia que alguém arruinasse a minha. Eu revirei tuas crenças sobre a definição de sentimento puro, eu te fiz querer mais da garota divertida, da garota de tinta no cabelo e unhas coloridas. Foi fácil demais despertar teu interesse quando você era um infinito de carência e romantismo. Eu disse não só pra induzir teu sim. Eu fui embora tantas vezes só pra ver você ser capaz de voltar pra mim. 

As pessoas ao redor pensam que me conhece, acham mesmo que o amor é inexistente e inalcançável para o meu coração, acreditam que aquela que seduz por divertimento ou por apostas seja realmente o que sou. Não sou. Sou a garota insegura, de lágrimas reais, de coração aberto e simples. Sou a garota que abriu espaço pra alguém vir e fazer diferente, mas ele não fez. Coloquei nas mãos dele a oportunidade de me fazer feliz e ele desistiu. Me contou mentiras, me fez crer que eu tinha feito tudo errado. Me deixou no silêncio. Ele foi a vida real enquanto eu fazia teatro da sua. Mas você passou a ser meu alicerce quando ele fez o chão desaparecer sob meus pés. Enquanto ele bagunçava meus pensamentos você me acalmava sem saber. Chorei em seu colo por outro enquanto você acreditava ser por você. Fiz você amar minha carência quando a mesma era consequência da minha imprudência em aceitar ser a meretriz de luxo paga por quem queria ver você sofrer. 

Eu sinto muito. Mas é o quinto mês. Já fui tantas personagens que não consigo mais diferenciar fingimento de veracidade. Não sei se fui eu mesma com você e atriz com ele ou vice e versa. Me perdi. Quando ele foi embora eu me apeguei a tua companhia, de repente me interessei por teus gostos, sorri com teu sorriso, pedi por teus abraços e fechei os olhos pra sentir teu beijo. Você ingenuamente se permitiu viver a traição. Ainda que você me segure, ainda que você me ofereça um porto seguro e lençóis limpos. Honestamente, não posso mudar. Não posso ficar. Ele me tem nos dedos e na pele e até que não seja mais assim eu não vou consegui amar. É a sétima e última etapa. Junto as malas, me refaço inteira, esqueço de você e dele. Me despeço e abandono o que me conecta ao passado. Você não merecia ter o coração quebrado. E ele não deveria ter quebrado o meu. Mas não se preocupe, o amor é um ciclo de acertos e consertos. Entre desculpas e culpas no fim todo mundo mente.

Eu menti.