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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

domingo, 9 de outubro de 2016

E Se Não Fosse...



Se o relógio tivesse despertado eu não teria perdido a hora. Se não tivesse chovido eu não teria chegado atrasada – Eu nunca me atraso. Se eu não tivesse parado no estacionamento para procurar as chaves. Se eu não tivesse desistido de tomar café para resolver os primeiros problemas da manhã. Se eu não tivesse me arrumado apressadamente para iniciar o plantão eu jamais teria aberto a porta no momento certo e esbarrado em você. Se seus papéis não tivessem sido espalhados pelo chão eu não teria encarado seus olhos e pedido desculpas. Se aqueles segundos não tivessem sido consequências de uma sucessão de fatos eu jamais teria te encontrado. 

Se não fosse a pressa das divisões do ano e as mudanças que em seis meses surgiram eu não teria sido encarregada da sorte de te rever. Se não fosse a lembrança daquele inesperado e desconcertante esbarrão eu não teria tido a chance de ser apresentada adequadamente a você. Se não fosse o toque das mãos seria impossível crer no sorriso mais bonito que recebi de presente em troca do meu desajeitado e atrapalhado “prazer em conhecer”. Se não fosse sua atenção voltada especialmente para o meu carinho, cuidado e disposição na correria daqueles dias malucos sua vontade jamais teria alcançado a minha. Se não fosse sua conversa sobre a tríade e as filosofias que tanto me impressionaram, mesmo você sendo tão encantador, eu nunca teria oferecido minha companhia. Se não fosse sua coragem, segurança e entusiasmo em me conhecer eu jamais saberia como teria sido pertencer a alguém como você. 

Se dentro de mais seis meses eu não tivesse me afeiçoado, me perdido por outra pessoa e depois me encontrado provavelmente não estaria pronta para te reviver. Se o mundo e as estações não tivessem se transformado não seria eu a mesma garota com quem você esbarrou sem querer. Se o relógio não tivesse despertado, as horas teriam me confundido. Mas dessa vez não. Dessa vez não me atrasaria para te receber. Porém, se não fosse a azáfama daquela manhã eu não teria perdido a noção do espaço e doado toda minha atenção de forma singular sem me importar com o que acontecia ao redor. Se não fosse a pressa você não teria me surpreendido ao se manter em pé silenciosamente atrás de mim, esperando pacientemente que eu me virasse e esbarrasse mais uma vez em você reencontrando seus olhos e sorriso acolhedor a minha saudade. 

Estando em seus braços não contei, mas ali, quieta em meio a uma felicidade infinita só conseguia escrever mentalmente todos os acontecimentos desde que nos topamos acidentalmente no corredor. Se as pessoas não planejassem tanto seus próprios passos talvez o destino pudesse assumir o seu papel de causador de fatos independente de vontades. Se não fosse assim não seríamos então a prova da existência do destino, sorte, acaso ou energia. Chame como preferir. O que é para ser seu, não se preocupe, será. Porque nós éramos de mundos completamente diferentes e ainda assim conseguimos ser apresentados pela vida da forma mais esdrúxula e impossível. Então, digo a todos que vivam e prestem atenção no agora, quando é para acontecer é simples, tem dia, lugar e tem hora.


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