A Garota do Blog

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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O Que Dizer de Você


É leve. É fácil. É consistente. É tranquilo. A lista do das sensações que ele me causa é longa, quase interminável. Eu que imaginava não poder existir algo assim, hoje acredito que um encontro de duas pessoas que só querem se fazer bem pode acontecer em lugar inesperado, como naquela música "na fila de um cinema, numa esquina ou - numa mesa de bar".  Em um dia ruim e cansativo, lembrar da facilidade de estar com ele me faz sorrir por saber que não preciso da intensidade diária, mas que se eu precisar o colo dele estará disponível. Essa certeza é que me permite ver o sorriso que não via há algum tempo no meu rosto e devagar me vejo descobrindo o quanto cada abraço me faz querer ficar pelo tempo que isso for possível. 

Através dos meus olhos o que vejo nele é calma de quem se permite viver o presente, de quem sabe que não precisa ficar se não quiser, mas que fica porque quando eu acordo ele ainda está lá me puxando pra mais perto e deixando o silêncio falar que é confortável se perder quando estamos juntos. Eu que sempre corri antes de andar, tenho aprendido não só a andar, mas a observar a paisagem enquanto caminho. Eu que sempre guardei o que sinto, que sempre deixei ir por não falar e que sempre me afastei quando esperavam proximidade tenho descansado com meu coração em trinco aberto fazendo o oposto do que sempre fiz. E se você me perguntar como é a sensação? É libertadora. Tão libertadora a ponto de um dia se eu vê-lo partir ficará em mim a gratidão por ele ter me feito simplesmente viver sem cordas manipuladoras  de uma relação doente. 

Então deito e encosto minha cabeça no ombro dele as vezes falando sem parar e as vezes ficando quieta, apreciando o sossego de ver ele saltitando os botões do controle remoto enquanto escolhe um filme que eu nunca termino de assistir porque ou fico roubando beijos dele ou durmo pelo cansaço da semana. Ele rir, diz que gosta da minha voz, do meu sotaque estranho e da cor do meu cabelo. Ele enrola meus cabelos nos dedos e eu também gosto especialmente disso. Com ele fico cantarolando canções que quase ninguém conhece e o tempo passa apressadamente. O tempo é inimigo das pessoas felizes (risos). E pra brincar com o tempo recebo todos os dias um bom dia e um boa noite pra que na distância - de uma forma bonita - a gente se mantenha perto. 

D.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Mais uma vez. Pela Última Vez

É possível amar, deixar de amar e re-amar? É possível amar, deixar de amar, amar outro alguém, voltar e aprender a re-amar aquele que você amou antes? Te encontro e reencontro em idas, vindas, distância, espera e finais. Nós recomeçamos vezes e vezes acreditando em nada mais além do sentimento que temos um pelo outro que vira e mexe nos pega distraídos quando achamos que seguimos em frente. 

Foi sempre assim. 

Mesmo nos nossos finais inesperados continuamos torcendo um pelo outro, continuamos conectados pela importância que temos um na vida do outro. Em todas as minhas conquistas você estava lá em pé na porta com um sorriso enorme, o seu abraço e o "Parabéns, baby". Em todas as suas conquistas eu estava na primeira fila sentindo orgulho de ver você fazendo o que tanto ama. Eu me sentia a garota mais sortuda por amar você embora não dissesse isso tanto quanto você queria de ouvir.

A gente se perdeu novamente, era raro, mas eu estava lá vendo você duvidar da nossa história. Como de costume silenciei e te deixei ir. Mais uma vez. Mais uma vez dobrei as suas camisas e organizei suas coisas tirando do lugar que você tem a mania de preencher. A gente se perdeu novamente e mais uma vez fico com a sensação que parti você ao meio e machucar você dói em cada parte de mim, cada parte de mim que você melhor que todos entende e compreende. A confusão que eu sou e causo, o meu jeito de silenciar em uma discussão, a minha forma de sumir e aparecer duas semanas depois, as ligações que não atendo por estar distraída e principalmente como minha vida profissional vem em primeiro lugar.

Era raro, mas você estava lá quando o trabalho foi tudo que me restou porque foi o teu colo que me abrigou como meu melhor amigo quando o mundo desabou porque não ouvi teus conselhos preocupados que diziam que assim que eu baixasse a guarda me apaixonaria por outro alguém. Eu nunca acreditei nisso até baixar a guarda e me apaixonar. Você acolheu a minha bagunça e me ajudou a arrumar o caos do qual eu não consegui sair sozinha. Obrigada por segurar minha mão. Obrigada por ficar. Por nunca ir e ainda assim voltar. 

É possível amar. É possível deixar de amar. Amar outro alguém. Voltar e re-amar. Mas o sentimento embora o mesmo é mutável. O amor é nobre e generoso demais. E no meu silêncio ao te deixar ir não posso ser egoísta. E egoísta o amor não é. E eu não sou. Não posso impedir que vá. Na verdade, nunca impeço ninguém de ir, acho digno aceitar o fim - mesmo que essa consciência não impeça cada segundo de sofrimento ao ver alguém que a gente ama seguir nos deixando pra trás. O fim sempre vai afetar uma das duas partes que precisará reaprender a viver sem mágoas. Ontem fui eu. Hoje você.

Você disse que não sabe o que a última pessoa fez pra me machucar tanto, que antes você via esperança em mim, mas que agora não sobrou nada. Você tem razão. A sensação com essa pessoa foi te ter ido ao inferno e mesmo assim ter insistido naquilo por pura diversão. Eu gostaria de ser a garota que você conheceu há quase cinco anos, mas não sou mais. E dessa vez não pretendo ir mais longe do que acho que posso. Porque foi exatamente o que me quebrou. Por isso sou eu quem estou indo. O amor não é egoísta. E você fez a melhor escolha ao me deixar ir. Mais uma vez. Pela última vez.