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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Why is Everything so Heavy?


Quando menos se espera você descobre que o fundo do poço não fica tão longe quanto imagina. Os seus desejos já não parecem tão cheios de vida. E pra ser sincera, nem você. Concentrar-se na realização dos planos passa a ser uma luta diária contra você mesmo. Uma luta consciente. O que é importante pra você deixa de ser. A alegria já não te faz sorrir. Você perde. Se perde. "Está tudo errado" essa é a frase que você tanto repete no espelho quando encara os próprios olhos vermelhos. As emoções estão em descontrole. Já não representa nenhum significado se você consegue levantar da cama pra tentar escalar as paredes desse poço que só te puxa pra baixo. Não é tão fácil escapar da gravidade quando o pânico é o seu conforto anestésico. As sombras são sempre aconchegantes e você quer tanto permanecer ali, mas a fresta de luz que toca seu rosto te obriga a abrir os olhos e continuar andando. Por que não, não é? O brilho do sol nunca se desfaz desse tom convidativo de tente outra vez.

Você sai. Conversa. Interage. Fraquezas não devem ser expostas. Você faz piadas. Sorrir. Você finge. Sua dor não se vai. Sua dor te arrasta, te consome internamente, te segura e tudo fica pesado demais. Por que é tudo tão pesado? A indiferença e o desinteresse não são escolhas, eles não entendem como é angustiante e atormentador sentir-se sozinho em meio a uma multidão com um grito mudo de me salve preso na garganta. Não dá pra saber se são as preocupações, o desgosto das inúmeras derrotas, as discussões, a irritabilidade sem motivo ou a ideia fixa de que nada importa. É só o nada. E aí surge a vontade insana de apertar um botão que acelerasse o presente e você acordasse em um futuro onde a dor tivesse sido apenas um acidente. Um incidente. Cortes. Morte. Fim. Atrativas formas de esquecer que a dor é menor do que parece. Que esse vazio, esse oco, esse buraco no seu coração não são resultados da sua covardia. Da sua entrega. Da sua mente amedrontada que insiste em acreditar que a falta de tempo vai engolir você. Sua mente é uma pilha de problemas desnecessários que você quer deixar pra lá, mas não consegue. E você só não quer mais sentir. E busca razões pra não sentir.

Seu fracasso é admitido e então você desiste. Fica aí parado como uma ampulheta imóvel, fitando as marcas dos seus próprios machucados e continua tudo tão errado, só porque não consegue ver, não significa que a fé e a esperança não estejam lá. Não há como fugir, sentimos dores demais durante nossa vida, algumas mais fortes, outras nem tanto, mas dor é dor. Dor física, dor emocional, dor inexplicável. Quando a dor transborda não há raciocínio, só há apenas pensamentos desordenados procurando uma única razão pra não se reconhecer mais e se você não consegue lidar com isso de forma racional, você precisa assumir. Mesmo que não queira, você precisa falar sobre depressão. Eu sei, você não quer ser o paranoico e desacreditado, e quem quer ser afinal? Mas a dor que você não consegue definir está te consumindo tanto a ponto de fazer você esquecer permanentemente que o único que pode salvar você dos seus próprios cortes... É você mesmo. Lave o veneno pra fora da sua pele. Liberte-se. Ainda que pergunte mentalmente quem irá se importar se mais uma luz se apagar? Quem  irá se importar se o tempo de alguém acabar? Eu respondo. Eu te abraço. Eu te digo: Bem, eu me importo.


O primeiro passo pra cura da depressão precisa ser dado pelo paciente. Mãos de ajuda, força e companheirismo são precisos pra apoiá-lo nessa caminhada. Use sua audição e língua para o bem. Como li ontem, uma boa conversa, uma palavra amiga, um "como vai você?" custa zero, eu disse Zero reais. Faça por quem ama o máximo que faria se ele já tivesse partido e uma segunda chance fosse lhe dada. Não ignore os sinais. Ajude. 

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Deixa Ele Ir



Deixa ele ir. Se não foi capaz de ser a mulher das expectativas do moço, me faz um favor? Deixa ele seguir, ele partir. Para de ficar por aí sumindo e aparecendo toda vez que ele resolve te esquecer. Deixa o moço encontrar alguém que seja o inteiro da metade que você nunca foi. Você nunca foi boa o suficiente, mas ainda assim ele quis fazer de você uma pessoa melhor, porque era assim que ele te via. Ele tinha orgulho danado de você menina. Logo você um arremedo de sentimentos egoístas incapazes de aceitar os defeitos do moço. Defeitos esses quase invisíveis quando ele deixava o orgulho de lado e pedia pra ser feliz com você. E você? Você nunca quis fazer acontecer. 

Deixa ele ir. Guarda pra você as desculpas. Não passa de encenação de quem não se importa. Deixa ele respirar sem pensar nesse falso olhar, nos cumprimentos cordiais, nesses sorrisos superficiais. Guarda seus truques baratos pra usar com outra pessoa, outra moço com o qual você não vai querer futuro algum, mas vai fingir querer. Azar de quem acreditar. Azar dele que acreditou. Quem consegue duvidar de um sim dito com tanta convicção? Bonito papel de trouxa que você o fez passar, não acha? Por que você não deixa ele ir? Deixa ele virar as costas com a certeza de que você é uma grande atriz premiada por ser convincente, persuasiva, suasória. Ilusória. Você não tem nenhum resquício de sinceridade dentro desse buraco oco que você chama de coração. Ele tinha fé em você. E como não ter fé em alguém aparentemente confiável, respeitável e admirável? 

Chega. Não impeça. Não seja uma dessas pessoas espalhadas por aí que só ficam por não aceitarem o abandono. Não vale a pena estampar preocupação. Pra ele, você agora é só a triste e infeliz moça que vive pra ver o mundo girar em torno do próprio ego. O extraordinário ego alimentado por pessoas de boas intenções e de uma sensibilidade imensurável. Nele ainda há gratidão. Sabe que não pode mudar o que já foi. Não pode mudar o que disse. Nem o que fez. Tudo o que fez foi apenas por achar que teu valor era alto o suficiente. Ele só quis te presentear com a vida a qual estava disposto a enfrentar e em reciprocidade você fez dele a distração perfeita pra esquecer aqueles inúmeros “nãos” que você recebia de alguém importante demais. Eu sei. Ele vai sem adeus na partida. Sem cartas longas ou bilhete de despedida. Sabe que a única retribuição digna que pode dar a si é fazer de você um passado distante e invernal. Não pude contestá-lo. Ele vai de qualquer jeito. Vai de malas prontas. Vai de uma forma digna. Você já não pode impedir. Então se permita moça, deixa ele ir.


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Comédia Romântica


Ei moço cê tá vendo a dificuldade de desatar o nó? Esse emaranhado de meia conversa de quem sabe que tem cartas suficientes pra jogar até que meus pontinhos de confiança sejam reduzido a zero. Po-pa-rá. Eu já dei a bendita voltinha mágica no carrossel e não foi nada divertido. Além do que, veja só, tô quebrando a cara uma segunda vez, acreditando nesses convites sem pé nem cabeça onde eu deposito vida e esperança pra ver se qualquer hora eles se realizam. Você só aparece com esse interesse bonitinho quando quer alimentar o próprio ego ainda que tua turma de amigos adorem defender você como o mó cara legal, aquele que não precisa se esforçar pra ser engraçado, divertido e charmoso. Fique sabendo, você nem é tudo isso. Droga. Você é. Eles tem razão. Você é o típico carinha encantador, com esse sorriso, esse maldito sorriso que você carrega e esbanja por aí. Onde é mesmo que eu tava com a cabeça quando fui enfeitiçada?

Não lembro. Odiosamente não lembro do momento "impriting" platônico. Platônico uma ova porque você se jogou e jogou em cima de mim todos esses seus dons admiráveis, esse jeitinho torto de puxar conversa, se exibindo com essa guitarra e essa voz. Não, não basta ser tudo o que uma garota quer, de brinde ainda por cima é rockstar e dono de um timbre rouco, sexy e gostoso. A voz. Assim é fácil se impregnar na mente dos outros. Outras. Abençoada seja a oportunidade que nunca tive de encarar você. Em você tudo parece ser tão verdadeiro. Falso. Quis dizer falso. Porque isso não passa de invenção. Minha melhor invenção. Mesmo assim uma invenção. Essa coisa toda, essa atmosfera cor de rosa - odeio rosa - essa emoçãozinha barata que você causa quando você se faz presente. E depois ausente. Toma chá de sumiço e eu só me dou conta no sétimo dia de silêncio. Mania chata de ser sempre a última a saber que eu não preciso de você.

Porque desse lado meu braço se recusa a torcer. Se você me da gelo eu brinco na neve. Ignoro minha intuição. Faço gesto de silêncio pro coração com uma ameaça covarde de vendê-lo pro lado negro da força caso ele queira comandar a coisa por aqui. Deixo a razão ser a dona da porra toda e que se dane o fim da sua tentativa secundária em um único ano. Se der na telha de vir, já vou avisando, não vem, da meia volta, metades combinam bem com esse meio papo que nunca termina. O desencontro já passou da hora e pra sua informação seu filme tá bem queimado. Desacreditado. E por ordem minha totalmente censurado. Viu? Então não vem, se vier eu chamo a polícia, meu telefone apaga da tua lista. Contato comigo nem por intermédio de um ovni. Ets amigos só os que te abduzirem pra outro planeta. Já vai tarde. Se isso não funcionar aproveita pra tomar o sumiço como chá.  Entre te esperar e ver você me perder. Já foi, valeu. Nunca vi de paixão alguém morrer, então eu prefiro chamar um uber, aproveitar a noitada e beber.