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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Deixa Ele Ir



Deixa ele ir. Se não foi capaz de ser a mulher das expectativas do moço, me faz um favor? Deixa ele seguir, ele partir. Para de ficar por aí sumindo e aparecendo toda vez que ele resolve te esquecer. Deixa o moço encontrar alguém que seja o inteiro da metade que você nunca foi. Você nunca foi boa o suficiente, mas ainda assim ele quis fazer de você uma pessoa melhor, porque era assim que ele te via. Ele tinha orgulho danado de você menina. Logo você um arremedo de sentimentos egoístas incapazes de aceitar os defeitos do moço. Defeitos esses quase invisíveis quando ele deixava o orgulho de lado e pedia pra ser feliz com você. E você? Você nunca quis fazer acontecer. 

Deixa ele ir. Guarda pra você as desculpas. Não passa de encenação de quem não se importa. Deixa ele respirar sem pensar nesse falso olhar, nos cumprimentos cordiais, nesses sorrisos superficiais. Guarda seus truques baratos pra usar com outra pessoa, outra moço com o qual você não vai querer futuro algum, mas vai fingir querer. Azar de quem acreditar. Azar dele que acreditou. Quem consegue duvidar de um sim dito com tanta convicção? Bonito papel de trouxa que você o fez passar, não acha? Por que você não deixa ele ir? Deixa ele virar as costas com a certeza de que você é uma grande atriz premiada por ser convincente, persuasiva, suasória. Ilusória. Você não tem nenhum resquício de sinceridade dentro desse buraco oco que você chama de coração. Ele tinha fé em você. E como não ter fé em alguém aparentemente confiável, respeitável e admirável? 

Chega. Não impeça. Não seja uma dessas pessoas espalhadas por aí que só ficam por não aceitarem o abandono. Não vale a pena estampar preocupação. Pra ele, você agora é só a triste e infeliz moça que vive pra ver o mundo girar em torno do próprio ego. O extraordinário ego alimentado por pessoas de boas intenções e de uma sensibilidade imensurável. Nele ainda há gratidão. Sabe que não pode mudar o que já foi. Não pode mudar o que disse. Nem o que fez. Tudo o que fez foi apenas por achar que teu valor era alto o suficiente. Ele só quis te presentear com a vida a qual estava disposto a enfrentar e em reciprocidade você fez dele a distração perfeita pra esquecer aqueles inúmeros “nãos” que você recebia de alguém importante demais. Eu sei. Ele vai sem adeus na partida. Sem cartas longas ou bilhete de despedida. Sabe que a única retribuição digna que pode dar a si é fazer de você um passado distante e invernal. Não pude contestá-lo. Ele vai de qualquer jeito. Vai de malas prontas. Vai de uma forma digna. Você já não pode impedir. Então se permita moça, deixa ele ir.