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Manaus, Amazonas, Brazil
É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

domingo, 2 de outubro de 2016

O Máximo de Nós Dois


Pensamento positivo e as melhores expectativas. Eles esforçaram-se e na décima tentativa tornaram-se enfim a parte real do presente. Hora marcada que deu certo. Mensagem que chegou e ligação feita para não se perderem. O tempo parou para dar uma chance as suas vontades. O destino deu trégua e permitiu um espaço para serem conversa sem interrupção, pra serem dança e confissão. Transformaram-se em cúmplices de uma noite perfeita. Espera que valeu cada desencontro e cada desentendimento. Espera que valeu cada segundo do momento em que viveram um ao outro. Eles foram desejos saciados, foram prazer alimentado entre beijos e abraços em uma madrugada radiante. 

Nada se compara a intensidade da respiração de duas pessoas que ambicionam se pertencerem. Você consegue sentir o medo não antes, mas durante. O medo está nos dedos que agarram com força o que não pode te pertencer. Já sentiu? A mão percorrer o cabelo, o pescoço e segurar com determinação um abraço quente que em meio a um silêncio de réus seria incapaz de permitir o fim. Haveria sempre a lembrança da inquietude, do ritmo acelerado, da inspiração ofegante, do beijo ardente e aguardado. Haveria consequentemente a recordação dos gemidos e voz urgente prontificada em pedir mais por favor – Por favor só se pede quando sabe que a vida não dará oportunidade de viver a mesma mágica uma segunda vez. O gosto do sal do suor tem sabor diferente quando o querer é reciproco. É vinho envelhecido bebido até a última gota em uma entrega despida de qualquer pudor, indecência ou desonestidade. 

Dessa vez o relógio esperou por eles. Deitados sobre o cansaço divertiram-se com os segredos compartilhados, as afinidades trocadas e a segurança que os encobriam das desconfianças do mundo. Isolados em um quarto escuro amaram-se mais uma vez entre a calma e o romantismo, sem pressa, aproveitaram os pequenos detalhes como alguém que se vicia no sabor que sabem que não mais sentirão. Sabem que não irão esquecer. Sabem que o desejo quando está no sangue e não mais na pele parar é praticamente impossível. Sabem que o desejo ébrio pode ser inevitavelmente provocante, desafiador e perigoso, tão perigoso que se torna irresistível. Eles dois sabem que se persistirem em continuar não terão limites e talvez por saberem que fizeram dessa última tentativa a memória perfeita do prazer absoluto. E eu talvez por saber que serão incertos pela eternidade é que transformei em escrita como seriam se o destino não complicasse tanto seus planos. O perto é inexistente e talvez a sina deles seja realmente ficar um sem o outro. Não são pra ser. E não foram.

E quando você se foi eu aceitei que a imaginação é o máximo que terei de nós dois