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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

sábado, 3 de janeiro de 2015

Carta Para Outubro


Tenho as memórias de você suturadas em algum lugar, evito passar por lá, não é culpa sua, nunca foi. Sob juramento jamais te direi que consegui sumir através de uma dolorosa força de vontade, acredito que a vergonha ajudou quando reconheci minha inteira imaturidade em lhe dar com toda aquela situação e é justamente por essas e outras que fugia de qualquer contato e lembrança - odeio essa sensação de arrependimento que aparece assim como esse maldito pensamento de que eu poderia ter tido atitudes diferentes, menos invasivas, menos comprometedoras, menos sufocantes. Mais que arrependimento é reconhecer que nem foi paixão, amor ou qualquer sintoma mais intenso. Foi apenas a companhia agradável e misteriosa que eu não queria perder, mesmo com todos aquelas setas e sinais que apontavam para que eu seguisse a direção oposta a sua por saber que ali só havia as sobras de um homem que um dia foi feliz e que ainda estava totalmente perdido no passado. 

Mas eu tampei os ouvidos e fiz uma cara feia e repreensiva pra minha consciência acreditando no impossível, que te consertaria, que faria você perceber a beleza de viver coisas novas e pra mim não havia nada mais realizador do que ver você cantando e sorrindo naquelas semanas. Então, novamente sob juramento nunca te direi que eu estava tão confiante em ser uma pessoa boa pra você que perdi o controle, o bom senso e só sofri as consequências de estragar tudo alguns dias depois quando a distância se fez presente me causando sofrimento. Precisei de uma bofetada psicológica pra deixar essa parte de um ano pra trás e foi aí, quando voltei pra casa que você se tornou o cara sobre quem eu jamais falaria para as minhas amigas e aquele o qual eu não voltaria a lembrar. 

Até hoje. Essa é a primeira vez que desfaço o esquecimento pra colocar você em texto, tudo porque coloquei uma lista aleatória e então aquela música tocou de um modo surpreendente, olhei pra data no canto do computador e pude perceber que se passou mais tempo do que pude contar. Tanto tempo que aprendi as controlar memórias trancadas mesmo te enviando mecanicamente felicitações via mensagens de texto sem saber se faço isso por não querer ser esquecida ou apenas por não querer esquecer de uma vez que ainda sinto sua falta, mesmo continuando sob juramento de jamais te dizer.

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