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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Eu Vou Desembarcar


Pontadinha chata de arrependimento que fica cutucando a mente toda vez que o dia acaba e tô lá deitada tentando dormir. Tô sabendo as consequências de cada decisão e mesmo querendo voltar atrás e mudar o começo, não dá, não rola. Essa coisa de destino é meio que carma e a gente não pode espernear não, tem que aceitar. Não posso mudar o momento em que te conheci. Muito menos o momento em que fiz de você meu próximo passo. O certo era ter jogado seu número naquela lata de lixo localizada a esquerda da tela do celular. Mas pelo que sei a gente nunca faz a coisa certa quando a agitação e a euforia começam a colorir aquela nuvem cinza que nem o carinha da fila do pão aguenta mais. Viver o novo é sempre tão espetacular e animado, não é? A vida ganha inspiração e a gente ganha aquela sensação gostosa de que até que enfim estamos caminhando pra frente.

Até que a alegria expansiva se dissipa com o tempo. Esse mesmo tempo que serve pra dar aquele empurrão e causar o suspense mágico também serve pra cansar nossa beleza e encher o saco. Sério. É o insight de que tudo não passa de algo que já perdeu o brilho, a cor e a vontade. Quando acaba a vontade, meu bem, acaba tudo. E eu já perdi a vontade de você. Vim lá da fase da desilusão, caminhei em passos lentos pela superação até chegar na porta das chances que se abre a novas pessoas. E como um ciclo que não se encerra, prevejo a desilusão e essa ressaca, sabe como é? É complicada demais. Tô fugindo de complicações, de problemas, de satisfações, de ter que fazer escolhas, isso afinal não é função do destino? Seja feita a vossa vontade. Só não fica perturbando minhas horas sagradas de sono me fazendo pensar sobre o que já foi se eu não nasci com poderes sobrenaturais de voltar ao passado.

E foi aí que cheguei a conclusão que meu carma pode ser mais tranquilo se assim eu desejar. Então por que me preocupar? Só sei que agora cada vez que aperto “enviar” mando um foda-se simpático pra aquele medo de perder você. Dane-se a chateação, tô sem tempo pra dar importância aos piripaques e silêncios por cada palavra que eu realmente quero dizer. Cada um lida com seus carmas, dores, finais e desejos do jeito que lhe convém. Já me acostumei com essa bússola quebrada que carrego no bolso e que só aponta a direção errada. Tomei consciência de que se não sei nadar o melhor a fazer é desembarcar desse barquinho furado que não suporta nem uma ventania quiçá um temporal que sinto estar por vir. Eu já cansei de naufragar e ficar submersa tentando não morrer. Não morrer de verdade, idiota. Digo morrer de amor. Alguém já morreu de amor? Acho que não. Então dá licença que vou ficar em terra firme só pra não ter que testar se consigo ressuscitar uma segunda vez.



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