"O amor só dói pra quem não volta atrás"
Dia desses. Corridos. Eu escolhi voltar pra ele. Sabe como é um amor desses loucos e sem censura? O difícil será fazê-lo compreender que amores de verdade não acabam na primeira briga, que pra quem ama a distância não é a melhor opção e que virar o rosto ao me encontrar na rua era o máximo que eu conseguia suportar. Antes de sermos um amor, éramos amigos, demorei tanto pra bater na porta daquele coração e pedir pra ficar que deixá-lo ir por algo que podíamos modificar, concertar, dar um jeito, pesou bem mais na hora em que eu poderia ser orgulhosa, desastrada e impetuosa.
Não quero ficar só e ser enlouquecida pela solidão, com o coração em pedaços e espirito inquebrável descobri que amor só acaba quando não há mais nada a fazer. E este não é o caso. Por nós, ainda tenho muito pelo que lutar. Brincar de teatro com encenações baratas de indiferença era contradizer tudo o que conhecemos um do outro. Deixamos de ser quem somos pra medir forças em busca de quem seria considerado o mais racional da relação, a conclusão certa: Nenhum de nós. Então, preferi quebrar o gelo, olhar pra nós mesmo com medo de ser rejeitada, escolhi não jogar nossas fotos no chão e sim juntar do chão todas as fotos que nós espalhamos durante nossa briga maluca com lágrimas silenciosas.

Recolhi todos esses e outros motivos, vesti o melhor vestido, arrumei os cabelos, respirei fundo, destranquei a porta e pra minha inteira surpresa, eu o vi sentado na escada, segurando tulipas, as mesmas razões, suas malas, toda a minha felicidade e uma placa com a frase telepática "Volta pra Mim".
Fechei os olhos, corri em sua direção e o abraçei, dessa vez pra nunca, nunca mais soltar.