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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Hoje Ela Só Quer Paz

“Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar. 
Acho que sempre lhe amarei só que não lhe quero mais...”
[Legião Urbana – Álbum A Tempestade – Faixa 2]




Dócil menina. É boa em formalizar saudações e educada em demasia. É terrivelmente submissa em pedidos de desculpas que não lhe cabem. Humana menina. Acredita em corações benevolentes e arrependidos. O perdão é o ponto fraco de sua personalidade. Há nela traços de cuidado e carinho que consolam e curam feridas não realizada por suas mãos. Ela é incapaz de machucar alguém. Ingênua menina. Confia em segundas chances quando a corte de acusação tem provas e fatos que jamais deixarão absolver aquele que jura inocência com palavras atraentes. Sensível menina. Não conseguiu esconder as lágrimas, nem a tristeza, nem a mágoa ao descobrir que aquele que lhe era tão querido e amado não possuía nada em seu coração, esse pequeno órgão era figuradamente vazio, oco, vácuo, vago, buraco despreenchido da capacidade de desenvolver qualquer tipo de sentimento seja esse o amor, reciprocidade, quisá gratidão.

Corajosa menina. Arriscou a tranquilidade por acreditar que não seria machucada outra vez. Imperfeita menina. Reconhece o erro de defender a felicidade ao custo de suas relações. Erro que não admitirá ser novamente cometido. Lhe foi caro confessar que todos estavam certos: Uma vez ofensor, impiedoso, egoísta e egocêntrico sempre será assim. Não há desculpas para alguém que usa os sentimentos de outra pessoa quando lhe é conveniente por sua solidão e problemas que ao serem carregados sozinho tornam-se pesado demais. Isso é desumano. Inconstante menina. Usa a insanidade a seu favor para que ninguém consiga adivinhar seu próximo passo. Volta atrás em promessas quando confiam que ela as cumprirá. Cumpre promessas quando esperam que ela não o fará. A fascinação de ser improviso a desperta sempre que decide encerrar um ciclo. 

Forte menina, quando pensei que não aguentaria ver sua dor ela me surpreendeu. Sim, ela chorou até o corpo desistir de fazê-la parar. Ela encolheu-se na cama e lá se permitiu ficar por tanto tempo que não conseguiu contar. No entanto, provou a si mesmo que embora o coração estivesse estilhaçado sua mente a sustentaria diante dos desafios que chegaram de uma só vez. Determinada menina, pegou as palavras e lutou. No entanto, não teve dúvidas do não quando chegou a hora de dizê-lo. Sentiu alívio. Sentiu o ar. Sentiu o fim que chegou e ainda que com semblante cansado sentiu vontade de rir quando na manhã seguinte entendeu que a vantagem de viver tantas vezes esse filme é saber que no final estará tomando uma cerveja em boa companhia num bar qualquer. Gentil menina. O mal que a fizeram ela não deseja de volta, sabe que não é escolha, é a lei da vida, quem estraga a felicidade do outro é porque é infeliz. E isso é triste.

Menina maluca. Não há rotina ao seu lado, é sempre montanha russa de emoções. Você é definitivamente cabeça virada. E não vai mudar. Mas que saber? Nunca mude. O segredo das pessoas alegres e divertidas é serem excessivamente loucas! Minha menina, Teu sorriso ilumina os dias mais cinzas. Dores passam. Feridas cicatrizam. Mas você já sabe disso, não é? Então continue assim. Você é boa demais em curar corações. Agora é a hora de cuidar do seu. E quando tudo ficar insustentável, escreva. Escrever a salva. A mantém viva. A faz registrar histórias como essa e toda vez que reler saberá que embora dócil, humana, ingênua, sensível e gentil é também imperfeita, inconstante, forte, maluca e determinada. Tão determinada a ponto de não cometer a loucura de perdoar uma segunda vez. 




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