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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

domingo, 31 de janeiro de 2016

Distrações



Desculpa, não foi culpa sua, é que de tanto ouvir que seria impossível eu decididamente quis tentar. Foi infantil, eu sei, conquistar alguém que você não tem o menor interesse por birra, por pirraça, por teimosia, por capricho. Não que em você não houvesse encantos, se for pra confessar tudo então devo dizer que sua seriedade foi o que me chamou atenção. Nada mais. No entanto sobre influências perversas achei que de tanto apanhar estava pronta pra revidar. Me transformei, fiz o que sóbria não faria. Tive a coragem de escrever mensagens que nem no meu pior desespero escreveria. Tive paciência pro seu sim e como qualquer criança tola que consegue o que quer eu não quis mais. Nesse segundo de consciência eu disse não a um custo alto de culpa e de vergonha. O “não vai dar” pode ter parecido cruel, mas foi a forma digna que encontrei pra fugir do personagem que eu não sabia mais como sustentar. Desapareci consumida pela confiança de que fiz a escolha certa. Eu esqueci.

Não foi culpa sua aparecer meses depois quando nem seu número eu tinha na agenda. Não foi culpa sua me surpreender com aquele sorriso quando o que eu mais precisava no momento eram distrações que  me salvassem de ser consumida por uma relação desgastada pelo tempo. Eu estava afundada até o pescoço tentando não desistir, mas todos os esforços de caminhar ao lado dele eram inutilizados pelas mentiras. Pelas contradições. Pela falta de atitude. Eu não tinha estrutura alguma pra deixar você chegar perto, aquele sim partiu do meu ego de ser alguém por quem você se interessou a ponto de se arriscar sem me conhecer. Foi curiosidade minha somada a uma vontade sua. Apostei comigo que você seria só mais um. Mais um encontro. Mais um cara igual há tantos que não tem nada a oferecer. Nem bom papo, nem abraços. Fui sem medo, sabia que você jamais seria capaz de me fazer sentir qualquer sensação. Não tinha como  perder. 

Eu te subestimei. E esse foi meu pior erro. Nada disso foi me dito em aviso. Aconteceu. Eu me enganei perdidamente, não apenas agora, mas em tudo. Você foi o melhor abraço de anos, a melhor conversa em tempos, o melhor sorriso. Multiplicaria as horas se pudesse pra ainda está segura no beijo que você ousou me dar. Não consegui não sentir. Você fez tudo ser perfeito, mas a culpa, eu repito, não foi sua. Eu estava vulnerável demais e não quis admitir. Me ferrei por isso. Se eu tivesse jogado meus erros em cima da sua serenidade você teria percebido o quanto eu estava perdida. Ao contrário, não é? Eu parecia forte, tão segura e certa do que estava fazendo até o momento em que fechei a porta e aquele sentimento de falta ficou comigo. Eu odiei completamente essa sensação, assim como odiei o fato de ter sido estúpida por acreditar que pra você também havia sido especial. Foi doce, porém  amargo entender que você nunca foi a distração. Eu fui. Contudo, posso voltar atrás, assumo minha culpa e escolho o mesmo que você: A educação, o silêncio e o sumiço. Tem coisas que definitivamente não temos o poder de tirar do coração, mas se algum desejo ainda pode ser realizado a essa altura, que me seja concedido o amor próprio em dose máxima pra salvar a mim mesma quando a vida exigir demais. Distrações são traiçoeiras, possuem mil faces, paguei caro a você, mas aprendi que nunca se deve esperar cura de alguém que só sabe machucar .



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