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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Lembrança Boa



Tem uma música que você me deixou de presente há alguns anos e me sinto estranha por falar em anos visto que as vezes o tempo nem parece que passou tanto. Cada vez que ouço essa música não importa se eu esteja perto ou distante demais de ti, a música meio que me puxa pra dias bonitos em que você foi meu sol no meio de tanta escuridão. É assim que sempre me recordo de você, como um ser humano lindo que esteve ao meu lado quando nem eu mesmo estava. Você é incrivelmente meu humano favorito, embora eu nunca tenha dito isso. Eu queria ter dito. Acho que posso concluir que você é meu desencontro mais afetuoso que fiz questão de transformar em uma lembrança boa e feliz.

Queria que a vontade de te ver tivesse me convencido a te procurar, você estava ali, depois de uma longa temporada, a uma distância de dois passos, eu só precisava abrir a porta e dizer "oi". Mas resgatar o passado não me pareceu a melhor ideia, nós já havíamos superado um ao outro de uma forma serena e tranquila. Não seria justo nem comigo e nem com você. Então segui. Não sem antes perguntar por você e saber que sua vida também vai bem. Creio que você também ficaria feliz em saber que comigo os anos foram professores generosos, se mudei em algum ponto, você diria que foi pra melhor. Penso em você não todos os dias, mas penso as vezes antes de dormir ou misteriosamente quando essa música toca num bar ou na rádio. Eu silencio, acho graça e penso "é a nossa música". A que você me deu quando disse que precisávamos seriamente de uma música pra nós.

Eu não sei se você ainda passa aqui pra ler meus textos como fazia, mas se um dia chegar a ler esse espero que se identifique nas entrelinhas e saiba que é especialmente pra você, pois foi nessa manhã que desdobrei uma carta escrita em um papel de receituário datada em 2016. Não lembro se no dia em que me entregou foi a última vez que nos vimos, não lembro, mas se eu soubesse que seria a última eu teria respondido que embora parecesse impossível e eu não demonstrasse tanto, me apeguei a você e ao seu jeito carinhoso de cuidar de mim. Hoje, sentada aqui, observando um céu lindo e sentido o vento enquanto escrevo após reler sua escrita a mão eu só consigo dizer que sim eu adoraria ter recebido aquele "convite de casamento". Metafórico talvez. Mas danado de bonito. Anos depois e eu ainda não consigo saber o que fez você escrever tantas linhas. Seja o que tenha sido, o sentimento pode ter se perdido com o tempo, no entanto isso não significa que eu tenha me perdido de você.

Te mantenho comigo. Sempre.
Isso me parece ser o suficiente. 

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