E em uma noite estranha de dúvidas e incertezas me perco fechando os olhos e pensando em tudo que eu tentei dizer e fazer... Eu quis tanto não ser um “se” que talvez tenha sido apenas o que me tornei. Fantasiei com o dia em que olharia com felicidade o dia embaraçoso o qual nos conhecemos, mas o que consigo agora é não tentar lembrar.
Você sem saber me deu todos os sorrisos e motivos pra levantar a cada manhã. Mas aí eu fui idealizando, criando a imagem que eu quis ver. Seus poucos sorrisos após a realidade desabar sobre mim se tornaram insuficientes e desinteressantes.
O triste é a sensação do desistir, desistir faz parecer que não lutei o suficiente. É, não me canso de repetir: Lutar por causas perdidas e que não valem a pena é no mínimo constrangedor. É quando ligo o chuveiro, me concentro interminavelmente e sinto a certeza que mais uma vez guardarei os dias de felicidade dentro de mim, me contradiga se esse não for o melhor a fazer.
Guardo então esses dias, dias que ainda proporcionarei a alguém que se fascine pela leitura, que converse sobre os casos que não conseguir diagnosticar da série Dr. House, alguém que brinde a terceira tequila comigo em um bar qualquer cantando “nem foi tempo perdido, somos tão jovens”.
Eu não preciso de um homem perfeito. Eu preciso do homem que eu escolhi.
A vida é feita de escolhas e elas servem pra que a cada cara errado que se conheça, se possa enfim identificar o cara certo. Todos temos uma história pregressa de amores mal resolvidos e atitudes e palavras das quais não admitimos, mas nos arrependemos. É a vida. E a ironia é que me arrependo justamente de ter admitido gostar desse seu jeito e calado de ser.