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É preciso ser muito humilde para viver de forma honesta com os seus próprios sentimentos. Por isso escrevo; para abrir meu coração, não para obter respostas. Para me sentir livre ao falar das minhas asperezas e das alegrias que muito transbordam em mim (Fred Elboni).

sábado, 26 de outubro de 2024

E pra nós dois?



Existem momentos comuns, a famosa rotina, o costume que na pressa das horas não prestamos atenção e então quando perdemos cada parte disso é quando lamentamos, deveríamos ter aproveitado mais? Deveríamos ter abraçado mais? Embora os momentos diários fossem rápidos, suas partes estão registradas por completo em uma memória limpa e clara. E eu lembro de cada detalhe, do início ao fim, de quando você preenchia os espaços e de como os espaços se tornaram cenas fantasmagóricas sem os sinais de que algum dia houve felicidade ali. Foi perturbador ter sua ausência em cada cômodo e não saber o que era real ou não. 

E pra você?  

Foi fácil poder ir a todos os lugares menos para o qual você chamava de lar? E o lado da cama conseguiu ser preenchido ou permanece vazio sem alguém pra te dizer que "tudo bem, foi só um dia ruim". Eu duvido que toda dor ficou apenas de um lado do que chamávamos de nós ou que a culpa do silêncio só assombrou as minhas noites de insônia. Você levou apenas 5 minutos pra sair com a certeza que eu ficaria segurando todas as chances que não soubemos nos apegar pra recomeçar. Instantes no tempo, ligações não feitas, mensagens não enviadas. O que você queria dizer e não disse? O que eu tinha pra dizer que teria feito você ficar? Como caminhos bifurcados seguimos em direção oposta e foi assim que assombramos todos os nossos e se's e nos amaldiçoamos por todo o tempo futuro enquanto ninguém acreditou no que consideramos o nosso fim porque toleramos o amor ao invés de celebrá-lo nos nossos momentos comuns, na nossa rotina e no costume que na pressa das horas deixamos de prestar atenção. 

E pra mim?
Foi difícil não esperar na porta como um criança ou perceber que entendi errado os sinais de felicidade ali - o vinho em noites perfeitas, seu sorriso que brilhava quando me via realizando sonhos, meus olhar que iluminava quando seus sonhos eram realizados, o toque gentil, o abraço calmo e aconchegante aos domingos em que pra gente o sol nascia ao meio-dia e a lua cheia era um assunto divertido em que sorriamos em uma varanda ouvindo minhas músicas favoritas com passos de uma dança que ainda não existe pra ser dançada a dois. Eu não vi você me perdendo. Você não sentiu quando a dor consumiu o que não sabíamos que era tão valioso até não ter sobrado mais nada. Ainda assim eu discordo de você nesse silêncio, nesse espaço imenso de tempo, no recomeço e em novas histórias escritas... Nós existimos. E aquela sensação de falta e saudade permanece antes, durante e depois...

Em nós dois.

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